domingo, 13 de agosto de 2023

ETERNIDADE


A escritora Sueli Rondon tem o dom de em poucas linhas escrever um conto, de preferência da sua juventude em Cuiabá.


Usa o linguajar moderno dos tempos modernos, quando o leitor fica enjoado de ler um parágrafo de quase uma página inteira sem uma mísera pontuação.


Com graça relata sobre a rua 13 de junho e as suas inúmeras lojas de confecções de vestidos pendurados em suas portas para serem vistos e comprados, prontos para serem usados.


Do beco do urubu, com seus ilustres moradores, como o General Saco.


Dos bolichos cuiabanos, antigos minimercados onde se encontravam de tudo que uma dona de casa precisava, inclusive plantas e ervas medicinais, santos remédios.


Suas aventuras já casada, no leste europeu, quando havia comunismo por lá.


O seu encanto com a beleza das igrejas e visita à réplica da casa onde viveu Maria, a mãe de Jesus, no Convento do Loreto.


A história da conversa de duas empregadas domésticas que há muito tempo não se viam e se encontraram dentro de um ônibus, cheio de passageiros e sacolejando o tempo todo pelos buracos do trajeto.


Tudo isso de uma maneira muito elegante e humorada, como a história do primeiro natal na casa da sua futura sogra e sogro, acompanhada da sua inseparável irmã.


Tenho muitas histórias e contos tenho da escritora para publicar, sempre aos domingos:


“ETERNIDADE


Quando eu for etérea e a massa física não mais existir, e apenas o ectoplasma do ser vivente pulsar, farei um pedido.


A primeira coisa que pedirei a Deus (Se é que terei direito a um pedido) é: encontrar-me em uma convenção com Rui Barbosa e Eça de Queirós.


Já imagino levando um cascudo deles indagando:


- Quem é você para se achar entre nós?


- Quantos idiomas você fala?


Eu respondendo timidamente.


- Só português.


- Quantos clássicos você já leu?


- Eu: Uns três ou quatro.


- O Processo/Franz Kafka


- Noites Brancas/ Fiódor Dostoievski


- Otelo/Shakespeare (fiquei fã de Desdêmona)


- E isso te garante estar entre nós?


Vai-te já daqui.


Há um grupo de Luluzinha, Recruta Zero, Tio Patinhas e vovó Donalda vê se encontra sua turma lá.


Acordei sendo expulsa do paraíso”!


Gabriel Novis Neves

02-08-2023


A Expulsão do Paraíso, ou A Expulsão de Adão e Eva do Paraíso, é um dos afrescos pintados cerca de 1425 por Masaccio, mestre italiano do início do Renascimento, num conjunto pintado nas paredes da Capela Brancacci da igreja de Santa Maria del Carmine, em Florença, com participação de Masolino, entre outros


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