Nunca foi tão fácil chegar a um resultado como no provérbio popular que diz: “para morrer basta estar vivo”.
Procuramos esquecer esse risco que é viver para, pelo menos suportar os dias ditos saudáveis, para não cair nessa loucura que é pensar na vida.
O médico é o pior dos viventes, pois ele estuda como funciona essa incrível máquina que é o nosso corpo, onde tudo pode acontecer.
O médico é um mecânico cujos conhecimentos vão até um certo ponto de como funciona o corpo humano.
Hoje esses mecânicos cada dia sabem mais de menos dessa incrível máquina que eles pretendem consertar, que no caso seria curar os doentes.
Como curar sempre, se há doenças fulminantes que não produzem sinais e sintomas, básicos para um futuro diagnóstico?
Existem infartos do miocárdio sem dor e que matam.
Mesmo com todo o desenvolvimento da tecnologia médica, muita gente ainda morre sem diagnósticos, só possíveis pelo exame anatomopatológico no Instituto Médico Legal.
Passei por uma situação bastante desagradável sobre a minha saúde, e logo me lembrei do sábio provérbio popular.
Estou com meus exames de sangue atualizados e normais, assim como os cardiológicos, endocrinológicos, hematológicos, imunológicos, pneumológicos e outros.
Uso medicamentos em horário certo, dados pela enfermeira, pois agora são quarenta e dois ao dia.
Controlo o meu peso e cuido da minha saúde.
Acordei bem, tomei o café e vim para o escritório.
Conclui a crônica do noivado da minha neta e escrevi sobre o Clima de Cuiabá.
Nesse período tomei uma xícara de chá de erva-doce e camomila, chupei uma laranja lima e água potável à vontade.
Enviei a minha crônica ao editor para publicar no dia seguinte.
Todo esse período me senti muito bem.
A cozinheira veio me buscar para o almoço, oferecendo-me o “braço amigo” até a copa.
Nesse curto trajeto senti tonturas, fato acontecido comigo pela primeira vez.
Sentei na cadeira da mesa e pedi que minha auxiliar medisse a minha pressão arterial, batimentos cardíacos e oximetria, pois estava com os braços gelados e vontade de deitar na cama.
Como o prato estava pronto e eu não sentia dor, optei pelo almoço e uma manga bourbon gelada e fatiada, e fui me deitar.
Meus sinais vitais continuaram nos limites da normalidade.
Descansei e acordei bem às quatro da tarde, quando a enfermeira chegou e fez nova checagem.
Pensei no infarto do miocárdio sem dor, em hipoglicemia e ao terminar este texto, acho que tive um “piripaque”, sem avisar aos meus filhos, para evitar a minha internação em UTI para “esclarecimento diagnóstico”.
Assim é a vida, a morte e a medicina.
Gabriel Novis Neves
29-05-2023
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