Muitas manias que eu tinha, deixei-as ao longo da minha vida, e outras adquiri com a idade avançada.
Há 14 anos adquiri o hábito de escrever, que virou mania para não perceber o tempo passando, e com a sensação de estar brincando.
Ao deitar penso em acordar cedo e ir ao computador, que só desligo ao escurecer.
Ganhei o blog onde publico os meus textos diariamente, dando a falsa ideia aos que me conhecem de ser um escritor produtivo.
Como resultado dessa minha mania pré-senil, muitos jovens escritores que por timidez não publicam os seus textos, os enviam a mim para saberem a minha opinião.
Não sou um expert no assunto, porém os meus cabelos brancos são os causadores desse equívoco dos novos literatos.
Estou a receber constantemente excelentes textos de amigos pedindo a minha opinião.
Sempre respondo que gostaria de escrever pelo menos semelhante aos textos que recebo.
Pulicar algo é igual entrar debaixo do chuveiro para tomar banho frio.
No início é natural sentir um certo desconforto, depois acostuma.
Os indígenas do Xingu, crianças, meninas, meninos, adultos e velhos, ao acordarem a primeira coisa que fazem, é tomar banho no rio, faça calor, frio ou chuva.
Só depois vão tomar o seu café, que poderá ser um pedaço de tartaruga assada ou peixe.
Só estão dispensados do banho de rio as pessoas enfermas que ficam sob o cuidado dos pajés, que curam.
Sempre existe a primeira vez em nossa vida e alguns temem por esse momento.
Escrever não foge à regra; e tornar público, por escrito, o seu pensamento é uma tarefa difícil, e certas pessoas exigem um fiador da qualidade do seu produto.
No meu caso, iniciei a escrever crônicas após os setenta anos e encaminhava ao meu amigo e advogado Dr. João Cunha. (*)
Ele lia e arquivava.
Nunca me respondeu e nem emitiu a sua opinião de “devorador de livros”!
Quando tinha mais de sessenta crônicas recebidas, criou o blog do bar do Bugre, homenagem ao meu pai, e colocou as postagens endereçadas a ele.
Recebi esse presente no “Dia das Crianças” de 2009.
Disse-me que o material era bom e deveria ser publicado em um blog, para que todas as pessoas pudessem acessá-lo livremente e sem ônus.
Ele ficou responsável pela edição do bar do bugre, fotos e trabalho de artes visuais.
Já publicamos mais de 3.100 crônicas e não tenho nenhum livro impresso, porém material para imprimir trinta livros.
Assim, adquiri a mania definitiva de escrever e publicar o que escrevo.
Gabriel Novis Neves
05-08-2023
(*) João Nunes da Cunha Neto
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