domingo, 7 de novembro de 2021

ÓCIO POÉTICO (Laissez-faire, laissez-aller, laissez-passer)


Quando se tem tempo e nada que fazer, o melhor é não fazer nada. Deixar o pensamento vagando sem destino. Apreciando o cantar dos pássaros, o latir dos cachorros e a calmaria da rua.  O passar dos poucos veículos quebra o silêncio.  Ao longe ouço a música de uma rádio tocando baixinho quase inaudível.  


Quero que me chamem ao celular. Preciso conversar. Acho que meus amigos ainda estão adormecidos, aproveitando a manhã do domingo.  Daqui a pouco vem à tarde, logo à noite e o sono para o dia seguinte.  Continuo não fazendo nada. Não fui acostumado a isso. Tenho que aprender a viver assim, daqui para frente.


Tenho sobras de vida e preciso exercitar a não fazer nada, absolutamente nada.  Do nada poderão surgir boas coisas, como acontecem aos poetas.  Estes estão sempre vadiando para receber inspiração.  A mente ocupada está repleta do que fazer.


No escritório vejo o grosso livro que ganhei do meu filho que chegou de Portugal.  Daqui a pouco irei abri-lo. Não garanto que irei lê-lo de “cabo a rabo”.


Um colega, por mensagem, pergunta se estou bem e diz que sonhou comigo esta noite!  Perdi um livro de interpretação de sonhos. A esta altura já o estaria consultando.


Sonho todas as noites, mesmo dormindo com a “focinheira” – Cpap -, para me fornecer qualidade do sono, sendo usado com uma pequena máscara de silicone.


Sempre que sonham comigo, é de recordações de vivências.  Eu sonho com trabalho.


Quero sonhar não fazendo nada, como na fase atual da minha vida.  Quando se tem tempo, escrevo nada em uma página de Word.


Gabriel Novis Neves

17-10-2021




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