No dia de “Finados” minha irmã foi ao cemitério, fotografou os túmulos dos meus pais, muito bem cuidados, com vasos de flores naturais, e enviou para mim. Quis demonstrar com o seu gesto que papai e mamãe não foram esquecidos e que estão vivos na nossa memória.
Quantos túmulos abandonados, sem flores ou cuidados, nos faz pensar que essas pessoas ali enterradas foram esquecidas ou não estão fazendo falta.
A vida é única aqui na terra, e passa tão rápida que ás vezes não somos mais lembrados, por não deixar filhos, familiares ou exemplos. Com o aparecimento de novas famílias, que não se reproduzem, chegaremos a dias muito distantes a não deixar saudades.
Quando deixamos algo em benefício da população, com certeza deixaremos saudades e seremos sempre lembrados. A vida é difícil de ser pensada, a morte de ser entendida. Nascemos do amor de duas pessoas e crescemos nunca desejando a morte.
Mário Quintana mandou colocar na lápide do seu túmulo a seguinte inscrição, que resume tudo que escrevo agora: “Eu não estou aqui”. O poeta confessa que não quer ser esquecido dizendo que não morreu e está entre nós, com seu imenso amor à vida e alimentando o próximo com a beleza da sua poesia.
A irmã que me enviou as fotos dos túmulos dos nossos pais, também acredita que não os encontrou nas sepulturas tão bem cuidadas por ela. No entanto, eles estão entre nós, e velam e nos guiam em todos os momentos. Não devemos sentir aquela saudade dolorosa, e sim, guardarmos boas e suaves lembranças daqueles que partiram para outro plano. Mesmo no “Dia de Finados”.
Gabriel Novis Neves
03-11-2021
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