quinta-feira, 18 de novembro de 2021

MORRER SEM SER ESQUECIDO


No dia de “Finados” minha irmã foi ao cemitério, fotografou os túmulos dos meus pais, muito bem cuidados, com vasos de flores naturais, e enviou para mim.  Quis demonstrar com o seu gesto que papai e mamãe não foram esquecidos e que estão vivos na nossa memória.


Quantos túmulos abandonados, sem flores ou cuidados, nos faz pensar que essas pessoas ali enterradas foram esquecidas ou não estão fazendo falta.


A vida é única aqui na terra, e passa tão rápida que ás vezes não somos mais lembrados, por não deixar filhos, familiares ou exemplos.  Com o aparecimento de novas famílias, que não se reproduzem, chegaremos a dias muito distantes a não deixar saudades.


Quando deixamos algo em benefício da população, com certeza deixaremos saudades e seremos sempre lembrados.  A vida é difícil de ser pensada, a morte de ser entendida.  Nascemos do amor de duas pessoas e crescemos nunca desejando a morte.


Mário Quintana mandou colocar na lápide do seu túmulo a seguinte inscrição, que resume tudo que escrevo agora: “Eu não estou aqui”.  O poeta confessa que não quer ser esquecido dizendo que não morreu e está entre nós, com seu imenso amor à vida e alimentando o próximo com a beleza da sua poesia.


A irmã que me enviou as fotos dos túmulos dos nossos pais, também acredita que não os encontrou nas sepulturas tão bem cuidadas por ela.  No entanto, eles estão entre nós, e velam e nos guiam em todos os momentos. Não devemos sentir aquela saudade dolorosa, e sim, guardarmos boas e suaves lembranças daqueles que partiram para outro plano. Mesmo no “Dia de Finados”.


Gabriel Novis Neves

03-11-2021




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.