quinta-feira, 30 de setembro de 2021

SUSTENTO SOB AGRURAS


Até a metade do século XX o Brasil era um país ruralista. Sua população era maior que nas cidades. A industrialização desencadeou o fenômeno das migrações para o interior do país, pouco povoado. Um número considerável da população rural migrou para as cidades. Deixava assim uma vida de pobreza, mas que se mantinha com dignidade com a agricultura familiar, pescado e caçada. A fome não existia. Ocorreram também as migrações estrangeiras, com muito mais qualificação profissional. 


A população rural chegava  às cidades grandes sem nenhuma qualificação profissional ou instrução primária, e começava a se alojar nas suas periferias, criando enormes problemas sociais. Surgiram dessa dessa forma as primeiras favelas. Os homens eram aproveitados em trabalhos braçais, muitos deles analfabetos. As mulheres em trabalhos domésticos, sem perspectivas de progressão.


A área rural possuía terras férteis, agricultura e pecuária com ciência, ocupando grandes extensões da sua área, com grandes desmatamentos e exportações da madeira, pelos colonizadores.


A riqueza começou a mudar de mãos, deixando a miséria social para as cidades. Surgiram novas profissões, como a dos “catadores de lixo”, que de lá retiram produtos que vendem  às empresas especializadas, para sua manutenção e a dos seus filhos.


As meninas, na sua maioria sem instrução, caíam fácil no uso de drogas, homossexualismo, prostituição. Uma grande parte ‘“foge” de casa e vai viver com alguém mais velho que elas, sabe Deus como! Logo são abandonadas com filho pelo seu sedutor, que desaparece sem deixar notícias. Começam as procriações , geralmente com filhos de pais diferentes, quando voltam para casa de pais separados e dificuldades de se manterem.


Aos 16 anos,  relata uma menor, que um motorista de caminhão se apaixonara por ela. Aprendeu  a profissão de dirigir, que chegou de exercer, e foi morar no caminhão, quando ficou grávida e foi abandonada pelo parceiro. No período em que estava com  ele viajaram muito e diz que gostava  da profissão de motorista, mas não quer mais exercê-la. Sua filha mais velha hoje vive em outro Estado, não fala com ela, não a aceita, “acho que tem vergonha de mim, pois ela é rica” (sic).


A menina que chegou à cidade grande, hoje com pouco mais de 40 anos, diz estar só, nunca mais arrumou ninguém para casar, sente muito a solidão, gostaria de ter um bom parceiro para conversar, passear e pescar. Tem o emprego de uma pessoa “sem estudos”, que é o de “catadora de lixo”, de onde retira dinheiro para comida de seus filhos e pagar contas de luz e água.


Essa é a realidade de milhões de brasileiros que vivem totalmente às margens da civilização e dignidade humana!


Gabriel Novis Neves

24-09-2021




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