terça-feira, 28 de setembro de 2021

MORRO DA LUZ


O Morro da Luz está na região mais central de Cuiabá.  Em 1722, Miguel Sutil descobriu a “colina” salpicada de ouro no Morro da Prainha. 


Muitos anos depois, no governo do Dr. Mario Correa da Costa, o Morro da Prainha recebeu uma subestação de energia da Usina do Rio da Casca e começou a ser chamado de Morro da Luz. Esse gerador ficava em frente à minha casa, na Rua de Baixo, e lembro que todos os dias seu obeso funcionário, sempre apoiado por um cajado de madeira e um enorme chapéu, passava em direção à trilha que o levava ao gerador de luz para a cidadezinha de Cuiabá (justificando a denominação de "Morro da Luz").


Em 1942,  além do gerador, lá existia o Colégio do Professor André Avelino, para internato,  na sua maioria de estudantes do interior e cujo acesso era pelo lado do bairro Mundéu. 


O Morro da Luz era totalmente selvático. Lá se encontravam animais silvestres e era lugar de passeios. Lembro-me que em umas férias de dezembro pedi à minha mãe como presente pelas excelentes notas alcançadas, passear uma manhã no morro.


Na revitalização feita em 1980, o espaço ganhou 12 trilhas e 4 pequenas praças que compõem o complexo. Nomes de figuras populares como Maria Taquara, Zé Bolo Flor, Juvenal Capador, Maria Perna Grossa e Hélio Goiaba, homenageiam esses espaços públicos e remontam um pouco da história cuiabana -  rica em memórias,  mas pobre em investimentos para a conservação do patrimônio cultural.


Hoje, “o Morro da Luz é território proibido” pelo extremo abandono em que se encontra, esquecido do poder público ou classe cultural de Cuiabá. Moradores de rua, muito lixo, usuários de drogas e alguns criminosos contumazes, apavoram o público que tem curiosidade em conhecê-lo.


São muito interessantes as dezenas de histórias sobre o Morro da Luz, não se esquecendo de um “bando” de compositores e músicos, filhos do Professor André Avelino, que no carnaval desciam o morro para encantar os cuiabanos com suas marchinhas cantadas pela “turma do Morro da Luz”.


Como são bonitas as histórias da Cuiabá antiga e que estão sendo perdidas pelo tempo! 


Gabriel Novis Neves

26-09-2021







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