domingo, 26 de setembro de 2021

RUA TRAÇAIA


José Roque Paes, apelido Traçaia, na Áustria conhecido como José Tracaia, foi um futebolista brasileiro que atuou como atacante.  Nas décadas de 1950 e 1960 ganhou cinco vezes o campeonato Pernambucano com o Sport e a Copa da Áustria com Admira da Viena,  com quem também foi vice-campeão. Nasceu em Cuiabá no dia 16 de agosto de 1933 e faleceu em Recife no dia 21 de junho de 1971, aos 38 anos de idade.


Ele carrega o privilégio de ser o maior artilheiro a vestir a camisa do SPORT CLUBE do RECIFE. Traçaia marcou 202 gols defendendo o Leão e foi ídolo da torcida entre os anos de 1955 a 1962, sagrando-se campeão Pernambucano em 1955, 1956, 1958, 1961 e 1962.


Começou a carreira em 1951 no Palmeiras de Cuiabá. Depois, defendeu o Misto e o Dom Bosco, antes de desembarcar na Ilha do Retiro.  Em 1959 a seleção pernambucana representou  o Brasil no Campeonato Sul Americano Extra que se realizou no Equador.


Traçaia foi convocado pelo treinador Gentil Cardoso, e o Brasil termina o Sul-Americano Extra em terceiro lugar. Traçaia jogou como titular nos quatro jogos do campeonato. Num amistoso após o torneio do Equador, em 27 de dezembro,  Traçaia marcou um gol. Ele encerrou sua carreira em um clube a cerca de 120 km no sudeste de Viena.


Em 1966 foi por algum tempo jogador - treinador, de um clube das divisões inferiores. Voltou para Recife e morreu no dia 21 de junho de 1971.


Esses dados que compõem parte do currículo de Traçaia encontram-se facilmente no Google.


Conheci Traçaia ainda garoto, jogando futebol aos domingos após a missa da Catedral, no campinho que existia atrás do Palácio da Instrução. 


Nunca joguei no mesmo time dele e o enfrentei algumas vezes. Naquela ocasião ele já era um jogador de futebol diferenciado. Sua velocidade, intensidade nas jogadas, dribles em alta dificuldade, só conseguia marcá-lo cometendo faltas,  nem sempre técnicas. Nunca reclamou de nada, ou do meu anti-jogo. No final das partidas meu time sempre perdia para o do Traçaia.


Logo depois jogou no nosso Palmeirinha, Misto e Dom Bosco, clubes da primeira divisão que disputavam o campeonato cuiabano de futebol. Eu fui para o Rio estudar medicina e meu amigo de infância passou pelo Rio e foi ancorar-se em Recife,  no famoso clube profissional, Sport Clube Recife.


Anos depois soube que o Sport iria jogar no Rio, e sua delegação hospedada no Hotel Paissandu, rua em que morava.  À tardinha fui ao hotel e na portaria pedi para falar com o Traçaia. A portaria se comunicou com o quarto do jogador mais famoso do Sport e sabedor de quem o chamava, logo desceu onde nos abraçamos depois de tantos anos para conversarmos.


Logo o camisa 10, no auge da carreira,  me convidou para jantar com ele no hotel da concentração. Agradeci dizendo que tinha compromissos. Quis saber como eu estava nos estudos e demonstrando toda sua imensa generosidade, perguntou se precisava de dinheiro, pois poderia me emprestar qualquer valor.


Despedimo-nos e aquele foi meu último contato com Traçaia, homenageado na sua cidade natal com o nome de uma rua que está no bairro Cidade Alta e Loteamento no bairro Jardim Primavera, ficando próxima a Arena Pantanal e bar do Edgare,  em rua de clínicas e serviços, onde poucos sabem do homenageado.


Gabriel Novis Neves

20-09-2021




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.