sábado, 18 de setembro de 2021

PAIXÕES OCIOSAS E INAUDITAS


Dia desses procurei o que fazer à noite que não fosse futebol ou política. Descobri no youtube um show “romântico” comemorativo aos 25 anos do conjunto musical, Raça Negra.


O vocalista da banda é alma do conjunto, com instrumentos de sopro, cordas e ritmistas. Quando ele começou a cantar, eu estava na cadeira de balanço em frente à televisão e tive a mesma sensação quando, estudante de medicina, assisti a um ‘show de hipnose” do Oriete Bay, em um ginásio coberto da Tijuca.


Bastou o Luís Carlos começar a cantar ‘menina dengosa” com aquela voz anasalada, para eu começar a sentir sono, com pálpebras sendo fechadas, tais quando na hipnose recebemos comandos de voz com música alta. Se nos deixarmos ir pelos comandos de voz somos facilmente hipnotizados, se reagirmos, assistimos o show de hipnose.


Raça Negra há muito no mercado vem se mantendo, apesar da pandemia com seus shows belos e caros. A música brasileira é muito rica em ritmo e está sempre evoluindo, desde os tempos da Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, o estudante de medicina que se tornou um dos maiores compositores brasileiros.


O samba raiz dos morros cariocas dos poetas Cartola, Pixinguinha, Nelson Sargento e tantos monstros, que foram engolidos pelo período pré-bossa-nova de Antônio Maria, Ary Barroso, Herivelto Martins, Lupicínio Rodrigues.


A bossa nova comandada pelo poeta Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim, e uma série de jovens da zona sul do Rio de Janeiro, entrando nesse grupo o longevo Roberto e Erasmo Carlos que mesmo com o crepúsculo da bossa nova até hoje são sucessos entre nós. Daí para frente a música popular brasileira, tornou-se inaudível aos meus ouvidos.


Vou continuar a cantarolar “menina dengosa” até que o mercado de discos se abra para novos compositores da música popular brasileira.


Gabriel Novis Neves

12-09-2021




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