sexta-feira, 3 de setembro de 2021

A ESPERA


Há 10 dias estou à espera de um medicamento utilizado em todo mundo, e não autorizado o seu uso no Brasil. Seu preço é de um vidro de elixir paregórico e para certa doença neurológica é a única alternativa de tratamento. Esse produto é facilmente encontrado em qualquer país europeu ou EUA. Aliás, no mesmo dia da solicitação médica, mediante simples receita médica os comprei.


Os da Europa já estão em São Paulo, e acredito em Cuiabá, onde acabo de tomar o primeiro comprido. O dos EUA era para sair na semana passada de lá, mas por problemas técnicos na aeronave, aguardo para esta semana.


Se fosse um medicamento de alto-custo, entenderia a posição da ANVISA em não liberar a sua entrada no Brasil, pois os pacientes do SUS poderiam beneficiar-se dessa moderna ciência farmacológica, mas com preço tão baixo não entendo mesmo. Muitos no Brasil sofrem dessa doença, de diagnóstico de custo altíssimo com seus exames complementares para poucos.


Tive que sair de Cuiabá para fazer uma bateria de exames, que aqui ainda não realizam. A espera dói demais, pois essa droga é a minha última esperança para melhorar minha qualidade de vida! 


Entendo melhor a dor da espera, pois na minha vida profissional exercendo a “velha obstetrícia”, de partos normais, passávamos com a mãe e familiares, horas de espera até a chegada do bebê.  Confesso minha ansiedade nesta espera, mesmo sabendo que Mandela passou 27 anos na prisão e que Jacó ficou 14 anos prestando serviços a Labão, pai de Raquel a quem desejava em casamento! É o preço que paguei por uma espera de apenas 10 dias!


Gabriel Novis Neves

01-09-2021

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