Lá
se vão os tempos em que o obeso era visto tão somente como portador de apetite
voraz.
Com
o crescimento absurdo da obesidade mundial passou-se a indagar até que ponto
haveria relação entre aquela magreza estigmatizada pelos passadores de fome
crônica e esses altíssimos índices de obesidade entre, principalmente, os menos
abastados.
Isto
ocorre exatamente em virtude desses últimos optarem por alimentos mais
calóricos, industrializados, tipo “fast food” e muito mais baratos.
Por
não se alimentarem corretamente através de uma ingestão maior de frutas,
legumes, proteínas animais, tornam-se rapidamente presas fáceis para a sedutora
propaganda dos enlatados e industrializados, pobres em poder nutritivo, mas
ricos em saciar a fome, e rápidos e fáceis de serem consumidos.
Aí
estariam incluídos pães, massas, enlatados de todo tipo, refrigerantes, sucos
feitos com essência de frutas, enfim, todos facilmente encontrados para um
consumo rápido e prazeroso.
Por
outro lado, as diversas mídias nos atiram todos os dias as imagens da pobreza,
principalmente nos países africanos, com suas populações esqueléticas, em
franco estado de inanição que precede a
morte por fome crônica.
Dessa
forma, é preciso que as autoridades internacionais de saúde se conscientizem
desse novo perfil da fome, travestido de
obesidade.
Como
a obesidade leva a várias outras patologias, tais como o diabetes, a
hipertensão arterial, as cardiopatias, há que se divulgar alertas dobre as
distorções alimentares que estão ocorrendo, inclusive as suas causas.
Infelizmente
os governos de países menos desenvolvidos, geralmente mancomunados com as
poderosas indústrias de alimentos, não têm interesse em divulgar para a
população os riscos de tamanhas distorções.
Propagandas
dicotomizadas entre vender um corpo magro pela indústria da beleza e suas
rendosas academias, se contrapõem ao incentivo a um consumo maciço de enlatados
e alimentos industrializados.
O
ser humano, perdido e tumultuado da atualidade, não consegue digerir as
propagandas antagônicas que o rodeiam.
Tudo
isso sem falar na onda gastronômica, que é o filão da vez.
É
muita contradição para pouco discernimento...
Não
estará sendo a obesidade o novo perfil da fome disfarçada no universo?
Gabriel
Novis Neves
27-05-2015
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