O
Dia das Mães, de uma maneira ou de outra, nos remete à origem da vida.
A
maior parte da humanidade, tal como em todas as espécies animais, cumpre
basicamente o seu papel reprodutor durante sua passagem aqui pela Terra.
Daí
a tão falada frase de que o sexo é a mola que impulsiona o mundo.
O
macho, com seu papel precípuo voltado para a reprodução em larga escala,
procura honrar ao máximo a sua destinação na natureza fertilizando o maior
número de fêmeas possíveis durante a sua existência.
Corroborando
isso, a sociedade faz com que o homem se vanglorie de suas conquistas amorosas,
tornando-o tão mais admirado e amado em função dessas “qualidades”.
A
mulher, ao contrário, é desvalorizada pelo número de parceiros que ela possa
ter tido. Muitas vezes são ferozmente discriminadas.
Essa
é a base da grande hipocrisia que tem atravessado os séculos e mantido as
mulheres inferiorizadas e submissas com relação aos homens, detentores de um
mundo sem limites.
Felizmente,
nesse século XXI, após anos de lutas pelo seu reconhecimento, a mulher adquiriu
uma nova identidade: guerreira, bela, inteligente, sensual, inserida no mercado
de trabalho, pronta para todos os desafios, inclusive, a de ser mãe solteira e
arcar com todos os ônus de sua prole.
Os
homens devem se orgulhar dessas novas mulheres! Elas já entenderam que, para a
harmonia predominar, é necessária a reciprocidade entre o homem e a mulher.
Era
comum que alguns homens, na falta de possibilidades de trocas intelectuais e
emocionais mais expressivas com suas esposas, procurassem as chamadas
“hetairas”, denominação dada na Grécia Antiga a essas mulheres especiais que,
além dos atributos físicos, proporcionavam aos seus clientes momentos de
discussões filosóficas e culturais.
Portanto,
desmistificando a imagem da “Rainha do Lar”, aquele ser antigo cheio de
submissão e de tristeza, eu quero prestar a minha homenagem às mulheres que com
a sua garra e coragem vêm tornando o mundo mais belo e menos preconceituoso.
Que
os novos filhos sejam criados mais leves, mais livres, mais verdadeiros e cada
vez menos atados aos ditames sociais inescrupulosos que insistem em deturpar o
que há de melhor no ser humano.
Dessas
novas mães, matrizes fundamentais da espécie, surgirão esses novos seres que,
com certeza, serão o diferencial para a formação de uma sociedade mais plena e
tranquila.
Queixamo-nos
muito de que vivemos em uma sociedade machista, mas quem, senão essas novas
mães, poderão mudar essa ideologia, criando filhos que desde cedo aprendam a
respeitar as pessoas, independentemente de seu gênero, de sua raça, de sua cor,
de suas preferências sexuais ou religiosas.
No
nosso país a cada minuto uma mulher é estuprada, quadro assustador.
Cabe
a nós mudar essa realidade, ainda que inúmeros outros fatores contribuam para
essa triste estatística.
Em
vez de estímulos puramente comerciais enaltecendo o Dia das Mães, o que devemos
ter em mente é uma campanha extensa e intensa de conscientização quanto ao
papel que cabe às novas mães nessa luta por um ser humano melhor.
Amor
e dedicação são atributos inatos das mulheres – esses seres tão privilegiados
pela natureza!
Gabriel
Novis Neves
18-06-2015
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