Mato
Grosso é um Estado pródigo em filhos ilustres nas letras, nas artes, na
política.
Respondendo
há poucos dias a uma pesquisa sobre quais seriam as três personalidades mais
importantes nascidas aqui, me vi embaralhado com relação a curta lista e,
principalmente, na escolha do terceiro nome, já que dois são considerados
unanimidades.
Refiro-me
ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon e Dom Francisco de Aquino Corrêa.
Cândido
Rondon, como era conhecido pelas antigas gerações, nasceu em um lugarejo
próximo a Cuiabá (Mimoso), filho de pais pobres e, se vivo estivesse, estaria
com cento e cinquenta anos completos.
Foi
um "militar sertanista", considerado um dos cinco maiores andarilhos
do mundo, responsável pela ligação telegráfica de Cuiabá à Manaus.
Grande
pacificador dos índios. Foi um estudioso em botânica, cartografia, geologia,
geografia, história, antropologia e indigenista por vocação.
Criou
o Serviço de Proteção aos Índios (SPIe foi um dos idealizadores do Parque
Nacional do Xingu.
Morreu
cego no Rio de Janeiro aos noventa e três anos de idade.
Seu
lema: “Morrer se preciso for, matar nunca!”, foi um dos seus maiores legados.
Indicado
para receber o Prêmio Nobel da Paz, injustamente teve o seu nome rejeitado pela
política Academia da Suécia!
Outro
mato-grossense unanimidade foi Dom Francisco de Aquino Corrêa. De origem
humilde, ingressou na carreira religiosa e concluiu o seu curso em Roma.
Retornando
à Cuiabá foi nomeado o Arcebispo mais jovem do Brasil. Na sua missão de
catequese e de formação de jovens para a vida, teve tempo de fundar a Academia
Mato-grossense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
Foi
governador do Estado para apaziguar a conturbada política reinante no início do
século XX.
Foi
o primeiro mato-grossense a pertencer à Academia Brasileira de Letras e a
dezenas de instituições culturais nacionais e internacionais.
Embaixador
plenipotenciário do Brasil. Foi escritor, poeta e grande orador sacro.
Carismático, seus restos mortais encontram-se na Catedral Metropolitana de
Cuiabá.
Na
minha opinião, a terceira personalidade mais destacada deste Estado está,
lamentavelmente, esquecida na sua cidade.
Menino
pobre, ribeirinho, filho de mãe lavadeira, saiu muito jovem de Cuiabá para
tentar o ingresso na carreira militar no Rio de Janeiro.
Exerceu,
por merecimento, todos os cargos da sua brilhante carreira e chegou ao cargo de
Ministro da Guerra.
Eleito
democraticamente Presidente do Brasil, em dezembro de 1945, após a queda da
ditadura Vargas, com a missão de redemocratizar o Brasil.
Derrotou
nas urnas a um herói nacional - o Brigadeiro Eduardo Gomes.
Exerceu
com absoluta lisura o seu mandato de comandante desta nação, com discrição,
ética, sempre respeitando a Constituição.
Promoveu,
como um juiz, eleições presidenciais, passando democraticamente a faixa
presidencial ao seu sucessor legitimamente escolhido pelas urnas.
Sua
cidade deve um justo reconhecimento ao único Presidente da República aqui
nascido e educado, que foi Eurico Gaspar Dutra.
Gabriel
Novis Neves
18-05-2015
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