Notícia
ruim é o que não falta quando o assunto é saúde pública.
Foi
inaugurado em nossa capital o prédio reformado do velho Hospital Neurológico
Egas Muniz, no bairro do Quilombo.
A
hotelaria ficou chique, digno de hotel cinco estrelas.
O
ruim é que logo após a sua inauguração o nosocômio foi fechado, para reabrir
somente quando o governo federal decidir repassar recursos permanentes para o
seu custeio.
Sabemos
que essa liberação poderá demorar meses, e a garantia de um apoio permanente é
uma aposta.
O
único hospital público federal e de ensino aqui existente está sucateado,
exatamente por falta de investimentos financeiros.
Em
inauguração de hospital a má notícia é que não existe ainda formado, treinado e
contratado o corpo clínico e administrativo.
A
referência do hospital são seus profissionais, e não, a hotelaria.
A
dificuldade do governo é tão grande para captar bons profissionais, que a única
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) inaugurada há dois anos até hoje não
funcionou na sua plenitude.
Não
é atrativo, profissionalmente, trabalhar em prédio ‘novo’ e bonito, mas sem as
mínimas condições de trabalho, e honorários sempre abaixo do mercado de
trabalho.
O
paciente quando procura um serviço de saúde prioriza a qualificação dos seus
profissionais.
A
hotelaria de luxo é dispensável. Torna-se obsoleta em curto prazo de tempo, e
necessita de permanente manutenção e reposição dos equipamentos.
Não
é isso que acontece nos órgãos públicos.
Sem
robustos financiamentos públicos para a alta complexidade, o ‘jeitinho’ são as
liminares judiciais.
Mesmo
hospitais internacionalmente reconhecidos cientificamente pela excelência do
seu atendimento, como o Sírio Libanês e Albert Einstein em São Paulo, para
citar os preferidos pelos políticos, precisam de incentivos oficiais (Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e de particulares para
sobreviverem com qualidade.
Vamos
torcer para que o nosso São Benedito consiga transpor essa barreira de
incompreensão do poder público com a saúde para oferecer serviços médicos de
‘gente rica para uma população pobre’.
Gabriel
Novis Neves
24-05-2015
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