“Pau
que nasce torto, nunca mais se endireita”, sempre dizia meu avô.
Os
mais antigos tinham o hábito de se comunicar por metáforas, “que é a
transferência de sentido de um termo para outro, numa comparação implícita”.
São
conceitos simples de serem entendidos e nunca esquecidos.
Vira
e mexe estou envolvido nessas antigas expressões que moldaram o meu caráter.
Às
vezes tento corrigir esses adágios aprendidos nos primeiros anos de vida, mas
logo desisto pela impregnação que eles me produziram.
“Duas
retas paralelas jamais se encontrarão”. Quem garante isso?
Pessoas
não são iguais, mesmo pertencentes à mesma árvore genealógica. No entanto,
encontramos muitos desiguais absolutamente semelhantes, como a ilusão da linha
do horizonte tocando a terra.
Se
tão diferentes em seus princípios tornam-se iguais, encontramos iguais
totalmente desiguais, inviabilizando até o mais simples convívio social.
Assim
como existe a reta curva, como no autódromo do Principado de Mônaco, onde se
disputa a charmosa e riquíssima Fórmula 1, deve existir a curva reta em alguma
arquitetura oriental.
É
difícil encontrar desiguais iguais que se identifiquem a ponto de mesclarem
suas desigualdades, transformando-se em seres iguais, ou em retas que se
misturam.
Quando
isso acontece, recordamos que duas linhas paralelas nunca se encontram...
Interessante
é que as pessoas procuram para seus relacionamentos pessoas semelhantes, na
ilusão de estarem escolhendo a correta e duradoura união.
A
matemática da vida tem outras regras, não sabia o meu avô...
Gabriel
Novis Neves
17-05-2015
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