Diante
dos inúmeros descompassos que regem o comportamento humano, a hipocrisia talvez
seja um dos mais desprezíveis.
Seu
irmão gêmeo, o cinismo, costuma acompanhá-la para exacerbar os seus malefícios.
Desde
muito cedo convivemos com essa deformação quando vemos nossos pais, ou pessoas
em quem confiamos, em diálogos que identificamos como não exatamente
verdadeiros.
Quando
inquiridos, justificam-se através das chamadas “mentiras sociais necessárias”.
A
criança, no seu estado cristalino, vai rapidamente absorvendo esses
comportamentos e chega à vida adulta com padrões totalmente falsos com relação
a si mesmo e aos outros.
Daí,
para o cinismo, é apenas um passo, ratificado por acharmos normal uma sociedade
cínica e hipócrita.
A
essa altura, já foram sedimentados os parentes próximos da hipocrisia e do
cinismo, tais como: a mitomania (compulsão à mentira), a megalomania, a
deturpação da amizade, sempre em níveis de toma lá dá cá, o amor como uma
simples mercadoria a ser comprada e vendida.
Como
se tudo isso já não bastasse, somos impregnados por mitos e dogmas que atravessam
nações, países, o mundo enfim, tornando-nos seres alienados, incapazes de
maiores questionamentos, quer no meio escolar, no familiar ou no social.
De
repente nos deparamos como pessoas falsas, desagradáveis, de convívios difíceis
em todos os setores, incapazes de manter um diálogo franco e aberto. Como
consequência, a solidão, mesmo que na multidão.
Movidos
quase sempre por interesses econômicos, esquecemo-nos totalmente do tripé
“amor-compaixão-solidariedade”, única possibilidade de viabilizar o homem no
planeta Terra.
Gabriel
Novis Neves
11-05-2015
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