Um
grande movimento libertário tomou conta do mundo a partir dos anos sessenta.
Não
por acaso, esses foram chamados os anos dourados da humanidade, em que toda a
juventude mundial sonhava e acreditava na possibilidade de um mundo melhor.
Na
França, o grande filósofo Jean Paul Sartre empolgava os jovens através de suas
ideias inspiradas no grande filósofo suíço do século XXVII, este sim
considerado um dos principais filósofos do iluminismo e o precursor do
romantismo, Jean Jacques Rousseau.
O
objetivo era que a criança fosse criada de acordo com a natureza, desenvolvendo
gradativamente seus sentidos e a razão.
Daí
surgiria um novo homem e uma nova sociedade, não mais atada a princípios
hipócritas predeterminados, e sim, baseada na liberdade e na capacidade de
julgar.
Todos
nós passamos a sonhar com um mundo melhor, sem mentiras, sem barreiras, com a
total liberdade de expressão escrita e falada.
Tudo
era permitido e, num mesmo jornal, mesmo as divergências deveriam ser colocadas
abertamente, numa discussão franca e para todos.
Esse
movimento atravessou as fronteiras europeias e se espalhou pelas Américas.
Em
1973 aparecia em Paris um dos maiores jornais de todos os tempos, o La
Liberation, nos quais os preceitos sartreanos eram exaltados, uma vez que seu
diretor era um grande admirador do famoso filósofo.
Nos
anos oitenta, com a morte prematura de Sartre, talvez tenha sido a última vez
em que vivenciamos a utopia do coletivo.
Nós
aqui na terrinha, e também os nossos hermanos argentinos, sempre na contramão
da história, vivíamos as duas mais cruéis ditaduras de que se tem notícia,
sendo que a nossa durou vinte e um anos, enquanto a da nação amiga, apesar de
mais curta, de apenas sete anos, foi a mais violenta relatada na história.
Foram
os anos conhecidos como de chumbo em nossos países.
O
mundo foi mudando e passando de analógico a digital.
Mas
isso é outra história, aliás, o La Liberation foi comprado há alguns anos por
um poderoso banqueiro internacional, Rotchild.
A
utopia do coletivo foi substituída pelo mais egoísta dos mundos, em que apenas
o bem estar de uma minoria poderosa passou a ter importância.
O
deus que rege essa nova era chama-se “DEUS LUCRO”, e as distorções sociais só
fazem aumentar tornando o mundo atual um grande deserto de esperança para a
grande maioria dos seres humanos.
Ao
que parece, substituir o “ser por consumir”, o “sedentarismo por esteiras”, a
“velhice por clones de si mesmos” e a “infelicidade por psicotrópicos”, não vem
dando muito certo.
Gabriel
Novis Neves
25-04-2015
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