Houaiss,
em seu minidicionário da língua portuguesa, definiu o isento como uma pessoa
livre, desobrigada, imparcial, desprovida de qualquer compromisso.
Impossível
alguém, ao se deparar com uma determinada situação não trazer a sua história de
vida para opinar sobre o assunto em questão.
Seja
um parecer sobre política, uma peça de teatro, um filme premiado, um livro
best-seller ou assuntos outros.
Tenho
receio daqueles que se intitulam isentos para proferir a sua opinião, pois essa
possibilidade não existe.
Comentar
sobre a situação nacional sem isenção é uma farsa.
Esconder
que vivemos em um país corrupto é, na melhor das hipóteses, um ato de irresponsabilidade.
Classificar
como pequenos delitos crimes praticados nos grandes arrombamentos do Tesouro
Nacional é uma imoralidade.
Infelizmente,
falar o que sentimos dentro de um determinado contexto é considerado como forma
politicamente errada de se expressar nesta nação democrática.
Desagradar
aos poderosos de plantão é quase um ato suicida, mesmo quando analisamos suas
ações, e não, o seu caráter.
Ainda
assim, continuaremos batendo no peito que vivemos em plena democracia em um
Estado de direito.
As
desigualdades sociais são tão gritantes entre os cidadãos desta nação, que a
vergonha tem de ser colocada debaixo do tapete para não sujar o brilho do
autoritarismo, prepotência e vaidade patológica daqueles que, momentaneamente,
podem.
A
carneirada tem de obedecer em silêncio aos desmandos cometidos contra a
cidadania para não ser sacrificada.
A
isenção é mais uma figura de ficção utilizada no grande teatro deste país
chamado Brasil.
Gabriel
Novis Neves
13-05-2015
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