Assim
é chamado esse estado em que todos nós mais ou menos nos encontramos.
Em
virtude de intensas mudanças no mundo social moderno, experimentamos essa
sensação de falta de objetivos e perda de identidade.
Novos
valores, no lugar dos anteriormente demolidos, ainda não foram repostos, daí
essa sensação de “vazio”, de estarmos “à deriva”.
Na
política, isso é mais que evidente. Temos uma dicotomia absolutamente nova.
Vivemos
aqui na terrinha um presidencialismo pouco legitimado e, ao mesmo tempo, um
parlamentarismo não validado.
As
duas casas que deveriam representar a população, mesmo estando na mão de
partidos antes aliados ao governo, já não se mostram caminhando na mesma linha.
As
dissidências vão surgindo de todos os lados, e o vice-presidente da República é
agora deslocado para aparar todas elas.
Efetivamente,
o que vemos é um sistema presidencial isolado de suas bases, sem força política
de governança, mas, ao mesmo tempo, incapaz de ser alijado de sua posição
hierárquica de poder.
Não
fosse o Brasil um país “sui generis”, coisas desse tipo jamais poderiam
acontecer.
Tudo
aparentemente pacificado e arrastado através
de jantares, e falsas reuniões sociais amenas, enquanto passam esses
novos quatro anos de estrutura montada para continuação de um plano de poder.
Coisas
do tropicalismo, e que deixam economias mundiais sérias em absoluto estado de
estupefação.
Como
investir em países que não respeitam suas metas fiscais e ultrapassam
desordenadamente os limites de gastos públicos, e ainda tentam maquiar
resultados?
Inclusive
os fundos de pensão estatais, até então considerados uma poupança pública, tem
sido alvo da cobiça por parte de grupos organizados dentro das empresas.
Vejam
por exemplo o Postalis - fundo de pensão dos funcionários dos Correios do
Brasil - cujo rombo já começa a aparecer.
Uma
pequena parte da população se locupleta através de franca corrupção e de todo
esse caos estabelecido como normal.
A
população, na sua grande maioria de baixo nível cultural, assiste estupefata ao
desmoronamento de seu sonho de um mundo melhor, em que as diferenças sociais
viessem a ser menos agressivas.
Diante
desse quadro o país inerte agoniza enquanto aguarda medicação capaz de
salvá-lo.
Mas,
enfim, tudo eram promessas de campanha e a realidade é bem menos colorida.
Como
não só aqui, mas pelo mundo afora, as coisas andam muito estranhas, entende-se
facilmente como virou best seller um livro lançado apenas para colorir.
Não
é de estranhar que precisemos mesmo voltar à infância e passemos a colorir esse
mundo, que a cada dia nos parece mais cinzento.
Tudo
a ver.
Gabriel
Novis Neves
10-05-2015
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