Leio
no Jornal A Gazeta que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) se posicionou
contra a ‘devolução’ de vinte milhões de reais por parte do Judiciário ao
Governo do Estado para a construção de oito centros socioeducativos em Mato
Grosso.
A
interpretação é que o Poder Judiciário prefere pulverizar esses recursos na
edificação de presídios em vez de creches e escolas do ensino fundamental.
Estudos
informam que o percentual de reeducados para a vida em sociedade é inferior a
vinte por cento. O pior é que deixam esse ‘estágio’ nas tais unidades
‘socioeducativas’ com grandes conhecimentos para continuarem a sua precoce
carreira criminosa.
Outros
olhares creem que a falta desses centros específicos para adolescentes
infratores seja o fator primordial para o aumento da delinquência.
O
caso é muito sério, pois a construção de prédios não educa ninguém. Há
necessidade de equipes multidisciplinares altamente qualificadas para essa
tarefa de recuperação de menores transgressores.
A
quantia transplantada do Judiciário para o Executivo para essa ação social é
quase simbólica.
Nada
se falou no seu plano de aplicação sobre a aquisição de equipamentos para
laboratórios, oficinas de trabalho, bibliotecas, teatro, áreas de lazer, nem em
concurso e treinamento para o pessoal técnico-administrativo com perfil para a
reeducação desses menores, assim como do valor do custeio anual.
No
momento em que as finanças do governo estão escassas – repito - investir em
creches e escolas do ensino fundamental, aonde o menor chega pela manhã e volta
para casa após o jantar, banho tomado e tarefa feita, me parece o caminho ideal
para evitar o crime.
Atualmente,
os menores infratores chegam aos ‘centros de ressocialização’ já reféns dos
criminosos que dominam os grandes centros urbanos.
Inaugurar
um prédio e emplacá-lo é fácil.
Difícil
é propiciar condições para o trabalho de excelência a ser realizado com o apoio
de uma forte educação de base com sua ação preventiva, preparando cidadãos, e
não, marginais.
Gabriel
Novis Neves
15-04-2015
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