O
líder de um pequeno grupo de estudantes de medicina me telefonou às vésperas de
um feriadão, dos muitos que teremos este ano, perguntando quando eu poderia
recebê-los para um trabalho acadêmico em minha casa.
Respondi
que estaria livre na manhã seguinte.
Surpreso
e meio engasgado com o aceite imediato, pediu um tempo para consultar sobre a
disponibilidade dos seus colegas de grupo de estudos e preparar a pauta das
perguntas.
Sugeri
então dois dias após, às nove horas da manhã de um glorioso sábado. Ele
concordou e ficou de confirmar.
Na
noite anterior ao dia proposto, recebi um WhatsApp do futuro colega confirmando
a presença dos acadêmicos na data e horário combinados.
Com
toda a certeza não estavam acreditando que o velho professor estaria com
disponibilidade para o trabalho naquela manhã de sábado, considerado dia de
descanso.
Para
mim seria mais um trabalho universitário.
Para
eles - o primeiro.
Como
diz o Carlos Heitor Cony, e eu tenho repetido muito, esse fato ficará como um
“ponto luminoso” para esses estudantes. Falo isto porque nossos alunos estão
impregnados pelos conceitos distorcidos sobre dias, horários e locais para
aprendizagem.
Fiz
pedagogicamente esse teste para que mais tarde, quando médicos, entendam que
para nós todos os horários, dias, meses e anos são iguais para o exercício
ético da nossa profissão.
Foram
duas horas de respostas a perguntas muito bem elaboradas pelo grupo, que pelo
interesse demonstrado no encontro tem tudo para se tornar de bom nível
profissional.
Para
o velho trabalhador em educação foi um prazer insubstituível poder dialogar com
os jovens em perfeita interação, sem nenhum bloqueio inerente às nossas tão
distintas gerações.
A
simplicidade, singeleza e o comprometimento com a educação derrubam barreiras,
inclusive, do preconceito ainda existente entre o mestre e o aprendiz.
Todos
aprenderam naquela manhã de uma semana atípica de feriados, e o teste valeu
para aferir o grau de vocação dos jovens com a sua formação profissional.
Gabriel
Novis Neves
06-05-2015
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