Uma
das provas mais emocionantes, especialmente para os felizardos que estão na
quarta idade, e pela possível surpresa dos resultados, é submeter-se a uma
bateria de exames laboratoriais.
Depois
dos cinquenta anos apresentamos alterações em nosso organismo consideradas
normais.
Nossas
artérias perdem a sua elasticidade juvenil tornando-se mais espessadas, com
calcificações depositadas em suas paredes.
Por
isso o coração precisa trabalhar com maior vigor para fazer o sangue circular.
A
pele perde vitalidade dando lugar ao aparecimento de celulites, rugas e
estrias.
O
rosto fica com menos tecido gorduroso. Em algumas pessoas surgem buracos, hoje
preenchidos pelos cuidadores da estética.
Óculos,
atualmente mais decorativos, fazem parte da indumentária dessa faixa etária.
Atividades
esportivas são substituídas por aulas de fisioterapia, pois os ossos tornam-se
mais frágeis e as articulações mais sólidas.
O
paciente responsável, anualmente, sabendo que essas alterações repercutem no
aumento da pressão arterial, glicemia, gordura no sangue, diminuição acentuada
da acuidade visual, faz seus exames de rotina, verdadeiras provas de saúde.
Mesmo
pessoas assintomáticas sentem um friozinho na espinha quando o médico da sua
confiança inicia a leitura dos resultados, verdadeiro ato de perícia médica
para avaliar nossa saúde - o maior presente que recebemos.
A
expressão dos doutores durante a interminável leitura é observada em seus
mínimos detalhes pelos ansiosos clientes.
Pior
é quando o paciente é médico e, antecipadamente, dá uma olhadela nos exames...
Passei
por essa situação recentemente. Para meu alívio, confirmei que não tenho
doenças, embora use medicamentos para controle da pressão arterial,
anti-glicemiantes, antiplaquetários, redutores da gordura visceral e uma dieta
de mil e quatrocentas calorias.
Não
tenho doenças, apenas sou velho, tendo, portanto, de administrar o desgaste
inevitável do meu organismo.
Já
me acostumei a ouvir de amigos que há tempos não encontrava o famoso “como você
está bem”!
As
gentilezas como prioridade nos embarques de avião e sempre uma mão generosa a
me ajudar subir um degrau, não mais me surpreendem.
Felizes
daqueles que conseguem assumir que são velhos saudáveis após passar pela
difícil prova dos exames clínicos e laboratoriais, o que lhes permite acreditar
em um futuro, quem sabe, promissor.
Gabriel
Novis Neves
07-05-2015
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