Fomos
educados para o trabalho como forma digna de vida. “Só o trabalho dignifica o
homem”, ouvíamos quando crianças.
O
lazer, o descanso e o ócio não eram aceitos, e quando os praticávamos tínhamos
a sensação de ter feito algo errado.
O
prazer teria de ser punido.
Esse
modelo educacional foi o responsável por uma infinidade de neuróticos dessa
verdadeira fábrica de pessoas com baixa autoestima.
O
trabalho braçal é que caracterizava o trabalho dito aceitável, quando sabemos
que o maior de todos é o ato de aprender.
Vivemos
em um país de analfabetos exatamente porque é preciso de muita dedicação e
horas de estudo para alcançarmos nossos objetivos.
Todo
trabalho intelectual, artístico, cultural, científico é visto com ressalvas, só
aceito quando o sucesso é o seu resultado.
Entende-se,
atualmente, como sucesso, o ganho de muito dinheiro, único indicador de
valorização das pessoas - pelos bens materiais capazes que se locupletarem.
O
pior, é que os trabalhadores de ofício são tão mal remunerados que os seus
salários são inacreditáveis.
Imediatamente
vem a estúpida comparação com os gênios
da música, ciência, esportes, artes, que são um ponto na constelação dos
bilhões de habitantes do planeta Terra.
Compreender
que somos, com o tempo, ultrapassados é o novo desafio para entender a
necessidade da aposentadoria como uma dádiva, e não, um castigo após anos de
intensa labuta.
Não
fomos treinados para viajar, pensar, ficarmos sozinhos, apreciarmos a natureza,
ouvir o cântico dos pássaros, o silêncio da noite e até mesmo desfrutar de
novos relacionamentos.
O
momento de parar de trabalhar é quando temos a oportunidade de cuidarmos de nós
mesmos.
É
uma decisão inevitável, mas traumática para muitos de gerações passadas.
Gabriel
Novis Neves
10-05-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.