Para
quem não tem por hábito guardar documentos, começou o mês do terror! O mês da
declaração à Receita Federal dos magros rendimentos registrados nos holerites.
Terminou
o horário de verão, onde a economia não cobriu o prejuízo da quebra do
biorritmo dos cidadãos, e estamos em época de Imposto de Renda.
Cada
dia o Leão exige mais comprovantes antes da mordida fatal. Além disso, há o
bombardeio dos pagamentos de impostos estaduais e municipais.
São
tantos os comprovantes que, mesmo reunidos em pastas especiais, sempre falta
algum, pois vivemos na leviandade das leis com efeito em cascata.
Por
mal dos pecados “a vaca tossiu” e os preços dispararam com desemprego em níveis
não mais aceitáveis.
Para
quem nunca respeitou a Lei da Responsabilidade Fiscal o resultado é esse
injusto sacrifício que o povo trabalhador brasileiro está financiando.
Vem
mais arrocho por aí, com o pomposo nome de reajuste fiscal.
Aliás,
a semântica das palavras nunca foi tão assediada e deturpada.
O
mundo evoluiu tecnologicamente, simplificando esse compromisso constitucional
de abastecer o cofre do Tesouro, mas, aqui na terrinha, tudo é cada dia mais
complicado, talvez para facilitar o “fenômeno petrolão”, onde o dinheiro
supercontrolado sumiu e ninguém sabe como...
É
a corrupção institucionalizada com os serviços hiperburocratizados para desviar
a atenção do pagador de impostos.
Bilhões
de reais são desviados dos cofres públicos - que parece um saco sem fundo –
vindos do esforço do pagador do Imposto de Renda, e nada acontece a esses
malfeitores.
Quando
muito, alguns dias de repouso em prisões especiais. A reposição do abocanhado
indevidamente da casa da Mãe Joana nem pensar! Fazendo-nos até acreditar que o
crime compensa.
Se
tivéssemos um país sério, estaríamos livres dos dissabores a que esse
procedimento anual nos obriga, pois o governo possui todas as informações
necessárias.
Para
atenuar nosso trabalho bastaria comunicar simplesmente o nosso saldo devedor.
Não haveria sonegação ou chateação.
É
triste verificar velhinhos em bancos, repartições públicas, enfrentando todo o
tipo de desconforto para conseguir os tais comprovantes que o governo possui.
Que
estranho país é esse nosso! Não somos tratados com respeito e dignidade.
Exceção feita aos cidadãos de primeira classe empoleirados nos poderes.
Para
eles, tudo é correto e válido.
Tristeza!
Gabriel
Novis Neves
17-03-2015
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