Acho
difícil compactuar com posições ideológicas estanques diante do que impõem as
leis da dinâmica mundial.
Em
1960, por exemplo, os mais esclarecidos lutavam contra as chamadas “forças
ocultas”, nosso grande inimigo.
Com
a chegada da economia de mercado e da sociedade de consumo tivemos uma visão
diferente do que realmente move o mundo atual.
Lamentável
que algumas mentes menos esclarecidas, e não são poucas, continuem obcecadas
por aqueles mesmos ideais que não representam um mundo radicalmente mudado,
ainda que com desigualdades sociais em níveis galopantes.
O
mesmo pode ser criticado em pessoas de pensamento mais conservador que, por
ingenuidade ou má fé, apoiaram e continuam apoiando, ainda que veladamente, os
vinte desastrosos anos de ditadura que tivemos no Brasil, em cujos porões tanta
barbárie aconteceu.
Bom
senso tem de prevalecer e não podemos nos transformar em fantoches dessa ou
daquela ideologia.
Sentimentalismos
baratos, apenas levados por arroubos emocionais, são os grandes responsáveis
por esse verdadeiro entrave ao desenvolvimento como um todo.
Sempre
me assusto ao encontrar pessoas que afirmam não terem se arrependido de
qualquer um dos seus atos do passado.
Isso
só denota uma absoluta falta de inteligência, uma vez que deveria ser justo o
contrário, aproveitarmos as vivências negativas para não repetir os mesmos
erros do passado.
O
sectarismo - seja ele político, social ou religioso - é sempre um grande
entrave para que ocorram as mudanças necessárias à dinâmica mundial.
Na
política vemos alguns de nossos representantes com posições ideológicas fora de
qualquer julgamento, pontuando as condutas mais esdrúxulas e condenáveis apenas
para justificar as suas ideias pré-concebidas, pétreas, fechadas ao livre
diálogo.
Infelizmente
estamos na crista de várias crises, a econômica, a social, a hídrica, a
elétrica e, principalmente, a de identidade, em que não mais são discutidos
valores.
A
ética e a moral seguem princípios básicos de sobrevivência e desrespeitá-los é
negar a própria existência no planeta. É a apologia do vandalismo cultural.
O
discurso humanitário foi abandonado e vivemos um clima de salve-se quem puder.
Os
velhos conceitos de pátria, família e propriedade nos parecem tão obsoletos
quanto os atuais de tudo consentir em nome de que “os fins justificam os
meios”, sejam eles quais forem.
O
roubo e a corrupção não podem ser justificados através de conceitos semânticos
como mecanismo impulsionador da economia.
Vemos
na mídia pessoas importantes do meio empresarial confessando publicamente que
nenhuma obra no país é feita sem propina.
Essa
é a cultura do caos e da desesperança e não pode ser considerada como trivial.
Não
se trata mais de discursos de direita, de centro ou de esquerda.
O
momento é muito mais grave. Temos de nos atentar para os rumos equivocados que
os detentores do poder estão traçando no momento, pois, se não forem revistos,
poderão ameaçar a própria soberania do Estado.
A
meu ver faltam nos dicionários dois verbos muito importantes: “EMBURRECER e
INTELIGENTIZAR”.
Eles
apenas dizem respeito à nossa capacidade de discernimento na colocação de
valores que queremos para nós e para a sociedade em que vivemos.
Aliás,
a definição universal de inteligência nos diz que: “Inteligência é a capacidade
de resolver os problemas práticos e teóricos da vida”.
Com
certeza, essa é a hora da escolha...
Gabriel
Novis Neves
01-02-2015
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