Países
que não valorizam os seus idosos mostram um quadro deprimente nas salas
reduzidas dos bancos a cada início de mês.
Filas
de semi-inválidos formam-se na tentativa de recebimento de suas parcas e
humilhantes aposentadorias.
Algumas
instituições nem sequer lhes permitem o uso de talões de cheques, já que suas
contas salário, existentes apenas para esse fim, não fazem jus a esse conforto.
Eles
são obrigados a fazer prova de vida anual no mês do seu aniversário, ou
delegarem procuração a outras pessoas.
Alguns
idosos, bastante debilitados física e mentalmente, são conduzidos por seus
familiares ou cuidadores, algumas vezes até em cadeiras de roda, já que a
bengala nessa faixa etária é quase parte da indumentária.
O
papo nessas ocasiões é surreal, e apenas suportável graças ao bom humor de uns
poucos que, rindo de sua própria desgraça, conseguem levantar o baixo astral
dos demais.
Tudo
isso seria evitado se os recursos que escoam impunemente pelos ralos da
corrupção fossem usados corretamente em benefício da sociedade e se fosse
mostrado um respeito ao patrimônio público.
Em
países desenvolvidos, como por exemplo, o Canadá, esses direitos são recebidos
em casa através de agentes do governo que, por meio de visitas, aferem as
verdadeiras necessidades e dificuldades dos beneficiários.
A
prova de vida é automática e controlada por meio de sistemas de alta
tecnologia.
Dessa
forma evita-se o festival de horrores que nós, subdesenvolvidos, somos
obrigados a assistir mensalmente.
Deveríamos
nos envergonhar diante da penúria e descaso a que são relegados aqueles que na
juventude ajudaram o desenvolvimento do país e agora se veem totalmente
abandonados e desvalorizados pelo poder vigente.
Aliado
a esta situação vexatória, ainda sofrem o preconceito, por parte de muitos, que
transformam os velhos em verdadeiros párias da sociedade.
Gabriel
Novis Neves
21-02-2015
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