Após
a mudança da capital de Mato Grosso - de Vila Bela da Santíssima Trindade para
Cuiabá - e com o advento da República em 1889, o nosso Estado quase sempre foi
governado por políticos da cidade e circunvizinhanças, como Santo Antônio de
Leverger, Barão de Melgaço, Diamantino, Cáceres e, mais recentemente, por
cuiabanos que colonizaram o sul do grande Estado.
O
Nortão, até 1950, ainda era a nossa grande e promissora reserva ecológica com
as suas riquezas naturais. No dizer de Antônio Callado, era um enorme cofre
fechado cuja chave para a sua abertura seria o conhecimento científico.
Personalidades
ilustres e de caráter ilibado tomaram conta da nossa administração pública
formando com seus exemplos e ética uma excelente escola de gestores.
Eram
os profissionais liberais, educadores, empresários da região - e até o nosso
Arcebispo Dom Aquino Corrêa - os ocupantes do outrora honroso cargo de
governador do Estado.
Negocistas,
aventureiros e despreparados para funções de estado não tinham oportunidade.
A
maioria dos nossos governadores daquela época foi vitoriosa nas suas
empreitadas. Chegavam ao poder com folgada situação patrimonial e deixavam o
cargo com dificuldades econômicas até mesmo para se manterem - quando não,
pobres.
Esse
modelo de gestão que implantou uma sólida civilização nesta região chegou à
exaustão com a imensa e desorganizada corrente migratória que ocupou o norte do
Estado por ocasião da sua colonização.Foi a época da motosserra, que
representava a ideologia do falso progresso.
Em
2002 deixou o governo um cuiabano de prestígio nacional, que cedeu ao marketing
dos novos mato-grossenses de botina e olhos azuis.
Muda-se
a história política e o poder vai para as mãos dos desmatadores das nossas
florestas.
Cuiabá
sofre um processo de desmoralização e esvaziamento em todas as suas atividades.
A
vez era dos “homens sérios e trabalhadores” que, na sua imensa maioria, vinham
do sul do Brasil. Tentaram fazer o que os cuiabanos realizavam visando o
desenvolvimento do Estado.
Na
verdade, construíram inexplicáveis fortunas pessoais, não contribuindo em nada
para melhorar a nossa saúde, educação, infraestrutura e segurança pública.
Durante
doze anos foram fortemente blindados pela mídia e outros poderes constituídos.
A farsa
terminou depois que o programa Fantástico, com “cuidados especiais”, mostrou o
papel dos nossos modernos colonizadores.
A
festa acabou e o blefe de progressistas findou nos porões da justiça.
Que
essa lição sirva de exemplo para as novas gerações.
Expulsemos
os fariseus do estado sagrado!
Gabriel
Novis Neves
26-02-2015
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