Depois
do escândalo do Mensalão, e atualmente do Petrolão, é bom que estejamos
preparados para um provável Brasilão.
É
apenas uma questão de tempo, já que, denunciadas e investigadas outra estatais,
com certeza virão à tona novos tentáculos dessa grande rede de corrupção, fruto
de uma cultura que vem se deteriorando através de décadas.
Com
os poderes executivo, legislativo e judiciário minados na sua essência, somente
reformas políticas urgentes, imediatas, conseguirão tirar o nosso país desse
atoleiro em que se encontra.
No
entanto, a probabilidade dessas tão esperadas reformas virem de cima é mínima,
pois não interessa a um Senado ou a uma Câmara corruptos votarem nada que
modifique esse status quo.
O
privado e o público se organizaram em núcleos bem definidos, como mostram as
primeiras investigações e, dessa forma, as instituições perderam a sua
credibilidade.
É
preciso que a sociedade civil se organize rapidamente e imponha novas reformas,
principalmente a política e a tributária, a fim de que se viabilize o exercício
pleno da democracia.
Urge
que as instituições públicas trabalhem exclusivamente para o bem público, e
não, que se tornem reféns do setor privado no eterno toma-lá-dá-cá que vem
acontecendo nas últimas décadas.
Que
reformas poderemos esperar de um Congresso eleito pelo grande capital e tão
somente para defender os interesses desse mesmo capital, nunca visando os
interesses da sociedade como um todo?
Quem
diria que a cultura da delação premiada, outrora considerada coisa de
traidores, iria ser apoiada pela maior parte da nossa população que, graças a
ela, se vê com a possibilidade de algum
tipo de punição para esses usurpadores do bem estar coletivo?
A
crise política vem sendo acompanhada por uma séria crise econômica e põe o
chamado Risco Brasil em alerta.
Já
somos considerados um dos países mais corruptos do mundo, afastando
investidores de todas as partes.
Frequentamos
as páginas policiais dos maiores jornais do planeta que ressaltam as gangs
organizadas por grande parte dos nossos políticos.
O
esquema em que operam as redes de corrupção de milhões e milhões de dólares,
amplamente divulgado pela imprensa, está dividido em quatro núcleos: um núcleo
político (deputados, senadores, governadores, ex-ministros, ex-líderes
estudantis e até um ex-presidente da República); um núcleo econômico (grandes
empreiteiras distribuidoras de propinas); um núcleo administrativo (pessoas
colocadas em postos chave através de partidos políticos) e, finalmente, um
núcleo financeiro, formado por operadores capazes de distribuir e lavar os
frutos da imensa corrupção.
Nessa
organização modelar do mal, milhões e milhões de reais foram sangrados do
patrimônio público, dinheiro este gerado pela grande massa trabalhadora
brasileira aviltada pelos seus baixos salários e altos impostos.
Não
se trata mais de defender esta ou aquela ideologia, mas impedir que o fruto do
nosso trabalho suado se escoe pelos ralos da corrupção acobertada por pessoas
por nós eleitas para zelar pelo patrimônio público, e não, para assaltá-lo
despudoradamente.
Esperamos
que a sociedade civil se posicione de uma maneira pacífica, mas firme, exigindo
os seus direitos, exercendo a sua cidadania através de mudanças drásticas e
imediatas em seus sistemas de organização ou, em poucos anos, seremos os ricos mais pobres do planeta.
Ainda
há tempo de impedir um grande Brasilão!
Acorda
Brasil!
Gabriel
Novis Neves
19-03-2015
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