Escrevo ainda sob o impacto emocional das comemorações dos 55 anos do nosso curso de Engenharia Civil da UFMT.
Os egressos deste ‘curso nobre’, sob a batuta do engenheiro Pedro Tanus Soares, organizaram uma ‘festa de arromba’.
Contou, entre outros apoiadores, com parceiros importantes. Relevo o CREA-MT e o Instituto de Engenharia de MT-1960.
Como palco, elegeram o Auditório do Bloco de Tecnologia, ao lado do Zoológico. Por inteiro lotado. Foi o primeiro a ser construído na Universidade.
Impossível não lembrar dos conferencistas que por ele desfilaram: ministros de relevos, artistas de quilate, professores, renomados.
Os presentes, em sua maioria, professores aposentados, seus familiares e egressos do curso. Na bagagem, um carinho extremado.
O calor humano me contaminou. Não lhes escondo: jamais esperava tamanha receptividade. No meu íntimo, transpirava um ar de despedida.
A cerimonialista avisou que me reservara um tempo ‘maiúsculo’: cinco minutos para falar de uma história que se espraiou por meio século.
Afeito a uma vida toda de embates médicos, percebi que a minha fala seria uma ‘emergência história’ para aquela gente que ali estava, ávida por conhecer uns fiapos de seus pioneiros.
Resolvi encaminhar a eles o endereço do meu livro eletrônico, catorze anos de enfrentamento, enfeixando mais de 3.240 textos publicados.
Lá, pisando no passado, encontrariam muitas crônicas contando a história de nossa universidade. Bem assim, da Cuiabá daquela época.
Uma delas — a festa de reconhecimento do curso pelo Conselho Federal de Educação —, antes da conclusão da primeira turma de engenheiros civis.
Tudo — ou quase tudo — está registrado no meu blog. De fácil acesso ao público.
A vantagem é que poderá ser acessado pelo celular, de qualquer parte do mundo, com ilustrações gráficas de muito bom gosto.
A despeito do elástico tempo que me brindaram, surpreendeu-me o interesse da plateia qualificada. Toda ela querendo beber detalhes do maior projeto social implantado em nosso Estado.
Os ‘currais’, que alguns forçavam por preservar — aquinhoando só aos que sob sua dependência estivessem — foram espingardeados. Emergia uma Universidade que, a plenos pulmões, gritava: oportunidade para todos.
Era uma noite de festa. Vocacionado a ser contador de ‘estórias’ não cabia em mim a tentação de curtir aqueles instantes com redobrado prazer. Daí, ousei ultrapassar os indigestos cinco minutos.
Interagimos gostosamente com a carinhosa plateia. Não me perguntem o tempo que usei. Nem o Papa sabe!
Dispensarei o número do celular aos ‘festeiros’. Assim, partilharei a história dos primórdios da Universidade e tópicos de minha biografia.
No âmago, muita coisa desta cidadezinha que sempre nos encantou. Além do mais, aqui descansam nossos amores.
Parabéns, engenheiros egressos e professores que acreditaram em nós!
Daqui há cinco anos, de novo nos reuniremos para comemorar o sessentão da Engenharia.
Estaremos mais idosos, sei disso. Mas, com certeza, também mais sábios.
Gabriel Novis Neves
07-12-2023
Fotografia do Professor Doutor Eng. Civil, João de Deus Guerreiro Santos
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