Ontem à noite, deitado na cama do meu dormitório, ‘brincava de jogar pensamento fora’ até o sono chegar.
Uma frase brotou dessa ociosidade, que sempre é criativa.
Abri uma gaveta da mesinha de cabeceira e escrevi a pequena frase para não me esquecer.
Talvez pudesse servir de inspiração para alguma crônica.
Com a tela do notebook em branco, lembrei-me de uma antiga marchinha carnavalesca: ‘Anda Luzia’!
Só pesquisadores da nossa música popular, ou maiores de oitenta anos se lembrarão dela.
Foi gravada para o carnaval de 1946, quando se fazia música de carnaval por Sílvio Caldas. Seu companheiro de autoria foi o Braguinha.
Afinal: qual a semelhança entre a letra do Braguinha, e o meu pensamento que dormiu na gaveta da mesinha de cabeceira?
É que desde que existe a humanidade com todos os prazeres, há uma unanimidade, que diz que ‘a vida não vale nada’. As pessoas ficam ‘entristecidas’ com frequência, e isso ‘faz mal’.
O remédio é vestir uma fantasia, ‘bater um pandeiro e sair por aí’.
Santo remédio: que nos tornam ‘alegres’, nos livram de todos ‘os males’, e faz-nos conscientes que desse mundo não se leva nada.
A minha mãe cantarolava muito esse sucesso que era tocado à vontade, na enorme eletrola do bar do meu pai. Assim como no carnaval de rua e clubes.
A melodia de ‘Anda Luzia” não esqueci com o rolar dos anos. A letra pesquisei no Google.
De tão simples, que chegou a me emocionar:
‘Anda Luzia, pega o pandeiro e cai no carnaval.
Que essa tristeza te faz muito mal.
Apronta a tua fantasia, alegra teu olhar profundo, que a vida dura só um dia, e não se leva nada deste mundo’.
Nada mais atual que esses simples versinhos, feitos há tantos anos.
‘Ontem, pensei que o meu amanhã, foi ontem’.
A tristeza sempre existiu, mesmo no período alegre das nossas vidas.
Também, que a tristeza faz mal, e deste mundo não se leva nada.
Falar difícil não nos beneficia com tanta sabedoria. Como é importante, não nos distanciar dessa fonte que trafega muito entre gente simples.
Jesus Cristo é exemplo de tudo que afirmei! Nasceu em uma manjedoura, de pais simples.
Sua vida na Terra foi nos ensinando ‘sabedoria’, que é amor e paz. Se seguíssemos Cristo, não teríamos tantas guerras na História da Humanidade, fome e desigualdade de classes!
Entenderíamos que a vida é curta, e nada levamos para o outro mundo! O próprio Cristo morreu aos 33 anos.
É Natal, época propícia, para se pensar na missão de Cristo na Terra!
Gabriel Novis Neves
21-12-2023
Jesus entre os doutores, obra de Jean Auguste Dominique Ingres, 1862
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