segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

ENSINO À DISTÂNCIA


Há tempos escrevi sobre ‘amizade à distância’. No final, afirmei ser ela possível, opondo-me ao ditado popular que diz: ‘o que os olhos não veem, o coração não sente’.


Já em outras situações, o distanciamento não funciona, a exemplo do ensino. Exteriorizo opinião pessoal, sem me preocupar se é unânime ou não.


No ensino, defendo a ‘promiscuidade’ — aqui entendida como convivência ordenada — entre o professor e o aluno.


O professor tem que estar sempre ao lado de seu aluno, ensinando e tirando-lhe as dúvidas do processo de aprendizagem, tanto no ensino fundamental quanto no médio e universitário.


No referente ao graduando, poderá frequentar cursos não presenciais, visando a seu aperfeiçoamento.


Defendo que os cursos de pós-graduação encampem aulas presenciais e à distância.


O que ocorreu, nesses últimos cinquenta anos de ensino superior em Cuiabá, foi o esvaziamento do ‘câmpus universitário’. Por tabela, o avassalador aumento do número de alunos matriculados nas universidades que cuidam desse tipo de ensino.


Nossas universidades, outrora ‘apinhadas’ de alunos e professores, parecem dias de domingo. Jogadas às moscas.


Seus departamentos financeiros abarrotados de dinheiro, investem na ‘Bolsa de Valores’.


E a mão de obra, lançada no mercado de trabalho, é rejeitada por ele, criando um grande problema social do subemprego e desemprego.


Perambula pelos grandes centros uma infinidade de ‘doutores’ no subemprego, trabalhando sem carteira assinada.


O governo e a sociedade a tudo assistem sem tomar uma atitude que venha a minorar essa tragédia, tendendo só a se agravar.


Recebo quase todos os dias um monte de currículos de candidatos a empregos públicos, ‘fugindo’ dos concursos.


Muitos com graduação em Direito, porém sem autorização da OAB para trabalhar como advogados.


Meu neto está concluindo sua graduação em Direito, em dezembro próximo.


No início do ano, fez o Concurso da OAB. Foi muitíssimo bem colocado.


Hoje, estagia em um dos melhores escritórios de advocacia do Brasil. Faz petições, assina e vai ao Fórum de São Paulo.


Concluída sua colação de grau, foi convidado a permanecer no escritório que lhe abriu as portas como estagiário.


Seu curso superior por inteiro, ele o fez no modelo presencial.


O governo trabalha com números, e a quantidade de profissionais com nível superior está se agigantando, mesmo no caso da pós-graduação.


A sociedade se sacrifica ao extremo para realizar seus sonhos. No entanto, logo se transformam em pesadelo.


Temos um nicho de excelentes profissionais egressos de nossas universidades, mas há falta de mão de obra qualificada com nível superior em todas as áreas do conhecimento.


O ensino à distância — é meu pensar — não substitui o presencial, comprovado à farta como mais rico e mais aprofundado. O resto são detalhes. Nada mais.


Gabriel Novis Neves

12-10-2023




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