Em 2009, depois de ganhar o blog do bar do Bugre, obra do querido Dr. João Cunha, nosso editor, iniciei a enviar por e-mail meus textos. Despachava para bem poucos amigos.
E assim permaneceu por longos anos. Quando em viagem, o notebook se fazia companheiro fiel. Onde estivesse, minhas crônicas voavam até seu destino.
Em certa ocasião, a revisora das minhas crônicas, Christina Meirelles, ficou sem o computador.
Passou a fazer a revisão pelo seu celular, no WhatsApp. O editor não criou empecilho algum para receber os textos.
Após, o WhatsApp reduziu o envio de matérias editadas para, no máximo, cinco contatos por vez. Isso veio dificultar, em muito, nosso trabalho.
Outros amigos houve que engrossaram o número de interessados em receber as crônicas. Disponibilizado o endereço eletrônico do meu livro, ainda assim os leitores preferiam recebê-las dia a dia.
Embora pareça algo absurdo, tenho material suficiente no blog para publicar uns trinta livros impressos.
Sabedora da dificuldade em compartilhar os textos, uma das minhas noras se dispôs a dar uma mãozinha. Que mão bendita me foi!
Ensinou-me que, no WhatsApp, existem as ‘Listas de transmissão’. Têm o poder de criar ‘grupos de amigos’, com até 250 pessoas. De pronto, fez-me a gentileza de instalar três deles. Uma bênção!
Editada a crônica, copio e envio para cada grupo. Basta algo de segundos, e todos os leitores cadastrados a recebem.
É de notar que probleminhas sempre existem. Afinal, trabalhamos com máquinas, e elas, aqui e ali, nos deixam sem pai nem mãe.
Tenho um colega médico cadastrado nas ‘Listas de transmissão’. Envio-lhe a crônica, e ele bota a boca no trombone dizendo que não a recebe. Curioso é que eu a visualizo captada por seu seu WhatsApp. Vá entender!
Há também daqueles que recebem em duplicado. Às vezes, nem recebem. São acertos que só ao tempo e à paciência cabe solucionar.
Vali-me de uma noite bem tranquila para realizar um trabalho de ‘formiguinha’, pondo sob o crivo mais de quinhentos endereços.
Tarefa estafante, ainda assim a enfrentei, turrão que sou. Resolvi fazer pequeno teste: enviei aos participantes um ‘oi’, para efeito de comprovação.
Objetivo único era saber se todos tinham recebido essa mensagem ministrada em dose homeopática. Meu erro — cheguei a esta conclusão — foi não comunicar o intento do experimento aos leitores.
Na minha idade, que já vai longa, entenderam eles que o ‘oi’ seria um pedido de socorro médico. Resultado: fui alvo de uma enxurrada de mensagens. Cada uma a seu modo, estampavam um ‘ar de preocupação’ para comigo.
Quem pagou o pato, imaginem se não fui eu! Passei boa parte da noite respondendo aos jorros de mensagens.
Isso me obriga a trazer à cena o célebre e oportuno ditado: ‘atirou no que viu e acertou o que não viu’.
Mas, de igual sorte, grassa por aí outro ditado que não deixa de ser apropositado: ‘há males que vêm para bem’. Inimaginável a demonstração de carinho dos amigos-leitores! Nunca poderia supor que daí brotassem respostas tão humanas e carinhosas.
Não lhes nego que, embora tenha chegado extenuado ao fim do dia, mesmo distante fisicamente de pessoas tão caras, acabei por colher um rosário de manifestações de apreço. Ah, experimentei a gostosa sensação de quanto me querem bem!
Se isso não é sinônimo de felicidade, desconheço o que seja!
Gabriel Novis Neves
12-12-2023
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