terça-feira, 7 de junho de 2022

O CARRO DE HIDROGÊNIO


Em 1979 os Ministros da Educação (Eduardo Portela) e da Saúde (Castro Lima) vieram lançar a pedra fundamental do bloco do Centro de Ciências da Saúde da UFMT, projeto arquitetônico do nosso professor Moacir de Freitas.


Na mesma ocasião o Ministro de Minas e Energia (Cesar Cals) veio acompanhar o projeto do carro movido à hidrogênio, desenvolvido pelo Centro de Apoio Tecnológico de Mato Grosso, na UFMT.


Os três Ministros embarcaram no jipe dirigido pelo pesquisador e professor do departamento de física Amidem, juntamente com o governador do Estado (Frederico Campos) e o reitor da UFMT (eu), para um passeio pelas avenidas do campus e praça do restaurante universitário, em frente ao bloco de Tecnologia, o primeiro a ser construído pela universidade.


Estava lançado oficialmente um carro totalmente alimentado pelo hidrogênio.


Isso foi possível graças a um convênio assinado pela universidade com a Secretaria de Indústria e Comércio do Estado do Estado de Mato Grosso.


Implantamos o Centro de Apoio Tecnológico de MT, sob a coordenação do Professor Amidem, onde foram desenvolvidos projetos de energias alternativas, desde o gasogênio até o hidrogênio (o mesmo combustível usado nos foguetes).


Nesse centro de pesquisa eram também realizados ensaios dinamometricos com total apoio às empresas convertedoras de motores participantes do programa álcool.


Quando deixei a reitoria em fevereiro de 1982, o Centro de Apoio Tecnológico começou a ser desativado por falta de recursos financeiros para continuar com a pesquisa.


Li nas mídias sociais que a Multinacional Ford patenteou motor térmico movido a hidrogênio, que está sendo considerado como a salvação dos motores atuais.


O nosso pesquisador está com setenta anos, aposentado, mora em Cuiabá, com mulher e filhos cuiabanos.


Confessa estar arrependido de ter se aposentado após quarenta e quatro anos de exercício do magistério superior.


Já manifestou o desejo de retornar a pesquisa, sem ônus para a instituição Universidade Federal de Mato Grosso.


Fiz questão de registrar essa conquista realizada há quarenta e três anos para estímulo aos nossos professores e alunos de um curso tão importante como o de Física.


Também como motivo de orgulho, tenho certeza, à população de Cuiabá, tão atingida pelas más notícias, especialmente as sobre a nossa universidade.


Todos os países desenvolvidos do mundo investem em ciência e pesquisa.


Mato Grosso nos últimos cinquenta anos começou a dispor de um centro avançado de desenvolvimento (UFMT), que deu suporte, inclusive, a divisão do Estado em 1977.


Esse dado marcou o início do desenvolvimento do Norte do nosso Estado, transformando Cuiabá no polo do agronegócio e cidade universitária.


Sua população era de aproximadamente cem mil habitantes em 1970, pulando para duzentos mil em 1980 e hoje conta com um pouco mais de seiscentos mil.


Vamos capturar os nossos primórdios na universidade, quando invertemos ensino-pesquisa para pesquisa-ensino.


Será nossa preservação como instituição de ensino superior.


Gabriel Novis Neves

05-06-2022









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