segunda-feira, 20 de junho de 2022

BAIRROS DE CUIABÁ


Como era bom antigamente quando Cuiabá se resumia ao Centro Histórico, chácaras, e ao bairro do Porto, que ficava no primeiro distrito como o Coxipó da Ponte, Coxípo do Ouro e a Passagem da Conceição.


Tudo mais distante eram as fazendas de gado, seringa, ipecas e cidadezinhas do interior.


Nossa Várzea Grande pertencia ao segundo distrito de Cuiabá!


Tudo era tão agarradinho, que inspirou o poeta a chamar Cuiabá de “terra agarrativa e linda”.


O primeiro Bispo de Cuiabá, Dom José Antônio dos Reis, morava em um sobrado na rua Antônio Maria no centro de Cuiabá próxima à Matriz, nome antigo da Catedral.


Nesse sobrado foi instalado a 1ª Central Telefônica de Cuiabá, anos depois adquirida pelos Irmãos Lotufo.


No início da década de quarenta eu chamava de Matriz a Catedral Metropolitana do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.


Com o crescimento de Cuiabá, especialmente após a divisão do Estado em 1977 pelo Presidente Ernesto Geisel, o aumento populacional foi considerável exigindo a criação de inúmeros bairros.


Hoje temos em Cuiabá, 325 bairros.


Várzea-Grande foi transformada na segunda cidade mais populosa do Estado.


O Porto e Coxipó são bairros desenvolvidos, assim como muitas chácaras existentes nos arredores da cidade, que foram transformadas em bairros populosos.


Moro no bairro Goiabeiras, que era uma chácara com enorme plantação de goiaba, e seu proprietário vendia goiabas vermelhas e brancas em carrinhos de mão no centro de Cuiabá.


A chácara dos Pinheiros virou bairro no Coxipó, assim como a área ocupada pela guarnição do exército brasileiro 16º Batalhão de Cavalaria (16ºBC) virou bairro Duque de Caxias.


O lugar onde uma ex-escrava e curandeira se escondia para abrigar escravos fugitivos das fazendas, é hoje o Parque Mãe Bonifácia, localizado no bairro ao qual empresta o seu nome.


E o bairro do Baú, um dos mais antigos, era ocupado por escravos que retiravam ouro da região da igreja do Rosário e, com a decadência do ouro, ficaram por aqui e moravam lá.


Existia um grande tanque de água das nascentes do córrego da Prainha, e que se acumulava em frente ao prédio da Clínica Femina, onde está construído o Conselho Estadual de Educação.


Ali se tomava banho e lavava animais.


O nome de Baú surgiu de uma lenda, que diz que na região foi encontrado uma imensa pepita de ouro em forma de baú, que era o local onde se guardava coisas de valor.


Conheci o mestre Ignácio, multimúsico, pois tocava vários instrumentos e possuía uma Banda de Música Civil com todos os seus componentes uniformizados de branco ou caqui com chapéu militar.


Tocava em festas religiosas, bailes populares e em 1950 na posse do governador Fernando Corrêa da Costa.


O bairro Praieiro foi em homenagem ao tenente Praieiro, líder espirita e comunitário.


O Araés, que teve sua origem numa pequena área chamada de “Quintal Grande”, onde moleque saía de casa, passava pela casa da Bem Bem, casa do professor Isaac Póvoas, descia uma curta estrada para jogar futebol com o pessoal da Mandioca, no local onde hoje é a avenida Mato Grosso.


Areão, Canjica, Carumbé, Lixeira, Poção, Popular, Sucuri e tantos outros de um total de 325 bairros atuais.


Até 1985 conhecia todos os bairros, inclusive os percorri de casa em casa.


Hoje, só guiado por aplicativos.


É o progresso que chegou!


Gabriel Novis Neves

16-06-2022


Fotografias de domínio público, na Internet:















Fotografias do acervo do Sr. Francisco das Chagas Rocha:

Mestre Inácio Constantino de Siqueira 



Constança de Figueiredo Palma
D. Bem-Bem

QUINTAL GRANDE:




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