terça-feira, 22 de março de 2022

VIAGENS DE TRABALHO


No período de 1968-1982 viajei muito para resolver problemas educacionais do nosso Estado, quando ocupei os cargos de Secretário de Educação e Cultura de MT e Reitor-fundador da UFMT.


Na maior parte dessas viagens convidava sempre um assessor especialista no assunto a ser debatido.


O destino maior era Brasília, mas naquela época muitos ministérios ainda funcionavam no Rio de janeiro.


Os voos de Cuiabá para Brasília eram às terças, quintas e sábados e muito irregulares, sendo utilizados os aviões turboélices japonês chamados de Samurais.


Eles deixaram de voar no Brasil porque todos os seus aparelhos caíram, sempre sem sobreviventes.


Nas audiências marcadas para segundas-feiras pela manhã, éramos obrigados a sair daqui rumo à São Paulo ou Rio de Janeiro no domingo, e de lá, tarde da noite, chegarmos à Brasília de jato.


Numa dessas viagens de domingo com parada no Rio, tinha como companhia o Dorileo , vice-reitor acadêmico e o Edson de Souza Miranda, assessor financeiro da reitoria.


Chegamos ao Rio de Janeiro bem no início da tarde e fomos descansar em um hotel de Copacabana.


Antes do voo para Brasília, que saia do Rio às 23:30 horas, fomos jantar.


Chegando à pizzaria eu e o Édson, pedimos uma exuberante pizza média de mozarela.


O Dorileo pediu um prato de canja.


Durante o voo da madrugada para Brasília sentamos na fileira de três passageiros e fomos conversando.


O Édson por “ser menor” sentou-se na poltrona do meio.


Lá pelas tantas, Dorileo olha para seu relógio de pulso para conferir as horas.


Afasta a cortina da janela do avião, contempla a escuridão, volta-se para nós e exclama: vale a pena tanto sacrifício!


Às gargalhadas, o jato pousa na pista do aeroporto de Brasília.


Nós três benzemos o corpo e nos dirigimos ao Hotel Nacional, em plena madrugada de uma segunda-feira.


Na recepção do hotel constava reservado aposento apenas para mim e para o Édson Miranda.


Nosso Dorileo saca do bolso interno do paletó a carteira vermelha do Ministério Público Estadual de MT e a coloca nas mãos do gerente.


Esgotados pela longa viagem, cada qual se dirigiu ao seu apartamento, sem antes pedir à telefonista que nos acordassem às seis horas, pois às oito tínhamos uma audiência com o Ministro da Educação.


Gabriel Novis Neves

19-03-2022






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