quarta-feira, 30 de março de 2022

CIDADE QUENTE


Cuiabá é conhecida também como uma das cidades mais quentes do Brasil.


Mas, dos lados do Coxipó, na nossa querida Universidade Federal, leio nos jornais e sinto na própria carne, pois sou professor aposentado, que há cinco anos salários de professores e servidores, estão congelados!


Outros órgãos públicos como o Judiciário, Legislativo e Tribunal de Contas, têm reajustes de verbas indenizatórias e outros benefícios, que aumentam seus salários.


Quando transformaram a “Fundação Universidade Federal de Mato-Grosso” em “Autarquia”, previ o fim da sua autonomia administrativa e financeira.


Somos da administração indireta, mas atualmente funcionamos como se fossemos de instituição direta.


A nossa FUFMT foi criada como instituição de direito privado.


Assim, era permitido conceder aos seus professores e servidores reajustes anuais acrescentados aos do governo federal.


O Conselho Diretor da FUFMT tinha esse poder de reajuste, que às vezes ultrapassava ao concedido por Brasília.


Não me lembro na época da transformação em autarquia, de nenhum movimento contestatório.


Nossos representantes em Brasília, nessa mudança jurídica de “fundação para autarquia”, estavam cegos, surdos e mudos.


E continuam diante deste congelamento de cinco anos.


Nos anos setenta a inflação comia nossos salários.


Mas os reajustes permitidos pela FUFMT faziam seus profissionais serem mais competitivos no mercado de trabalho.


Nos dias atuais estamos vivendo o inverso do que aconteceu na década de setenta.


Tem muita gente boa que viveu esse momento em que eram valorizados como profissionais da UFMT.


Muitas mães cuiabanas rezavam para que seus filhos quando adultos fossem servidores da nossa universidade.


Esse congelamento salarial coloca nossos profissionais com salários bem inferiores aos de funcionários de cooperativas de médicos, do agronegócio e empresas de médio porte.


Perde-se muito tempo discutindo banalidades sem entrar no problema crônico do congelamento dos salários e corte de recursos federais para nossa instituição.


Os aposentados e pensionistas, que não apresentam mais condições físicas de trabalhar para ajudar no salário, são pessoas estranhas ou invisíveis à universidade e órgãos de classe.


Mesmo os aposentados perderam a isenção do INSS em seus salários, com a Reforma da Previdência, onde os salários são diferentes nos três poderes para cargos semelhantes.


A universidade tem como função também cuidar do seu maior patrimônio que são seus professores e servidores, sem os quais não existiriam os alunos.


“Me dá um reajuste aí” é tudo aquilo que pedimos a quem de direito, para cobrir o que perdemos nesses últimos cinco anos para a inflação.


Gabriel Novis Neves

23-02-2022




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