domingo, 6 de março de 2022

OS ESTRANGEIROS


Uma das boas coisas que a TV paga nos proporciona são as entrevistas dos técnicos de futebol logo após o término dos jogos.


Dos times de São Paulo considerados grandes temos o Santos, Palmeiras, Corinthians e São Paulo, apenas o último é treinado, por enquanto, por um brasileiro. Os outros são por um argentino e dois portugueses.


No Rio agora só temos três times grandes. Os veteranos do Fluminense treinado por um brasileiro. Os milionários do Flamengo, com um “genérico” do Mister Jorge Jesus, e o Botafogo do milionário americano, esperando que caísse de Portugal um técnico sem ônus.


O antigo quarto time do Rio era o Vasco da Gama, que agora joga na segunda divisão do campeonato brasileiro.


O Fortaleza do Ceará, o campeão Atlético Mineiro tem técnicos argentinos.


Até o Internacional de Porto Alegre, que foi eliminado na primeira rodada da Copa do Brasil para um time do Rio Grande do Norte chamado de “Globo”, tem um técnico uruguaio.


As entrevistas concedidas por essas personalidades do mundo do futebol são hilárias explicando o desempenho dos seus times.


Melhor ainda é ouvir o comentário do pessoal da TV paga, que nos estúdios assistem às partidas como assistimos em nossas casas.


É muito engraçado em um momento que não temos coisas muito engraçadas para sorrirmos.


Hoje um desses comentaristas, todo tatuado, comentando a entrevista de um português que acabara de amargar uma dura derrota na sua estreia, para um time treinado por um técnico brasileiro, disse:

 “Gosto dos comentários dos técnicos portugueses, por que eles são muito estudiosos”.

Deus me acuda.


Estudiosos perdendo e alegrando comentaristas, só em futebol.


Quando viajava, antes da pandemia para países americanos e Portugal, achava que a nossa moeda era muito desvalorizada em relação à deles, sempre em dólares ou euros.


Achava tudo muito caro, da comida ao entretenimento.


Nossos jovens jogadores de futebol são vendidos para clubes europeus, e até asiáticos, pois não temos dinheiro para segurá- los por aqui.


Na hora de contratarmos técnicos, trazemos os europeus em euros e os argentinos e uruguaios em dólares.


Bem fez o Cruzeiro que vendeu o seu clube para o Ronaldo Fenômeno.


Após muitos anos na Europa, jogando e ganhando dinheiro com o futebol, fez o  Cruzeiro viver a realidade.


Montou um time de futebol com salários dos seus atletas sendo pagos em real.


A primeira vítima dessa nova realidade foi o seu goleiro campeão de tudo.


Foi transferido para o time de veteranos do Fluminense, treinado por um brasileiro, ganhando salário em real e já conquistou por antecipação a Taça Guanabara, deixando o Flamengo do “português genérico”, cheirando o título.


O meu Botafogo continua sem técnico, sem título e sem time que foi vendido a um empresário americano.


E os comentaristas da TV paga continuam achando os técnicos portugueses muito estudiosos e inteligentes.


Gabriel Novis Neves

06-05-2022




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