domingo, 20 de março de 2022

O PITORESCO XVII


Bem antigamente, musica universitária era composta e cantada por Geraldo Vandré, Chico Buarque, Paulinho da Viola e outros intelectuais. Hoje, música universitária é o sertanejo universitário e cantado por dupla de cantores de Goiás.


Na Cuiabá antiga, existia dança de homem com homem, e era chamada de dança folclórica.


Hoje, homem dança com homem e mulher com mulher e é chamado de empoderamento.


Bem antigamente, homens e mulheres escondiam esse seu gosto de dançar com pessoas do mesmo sexo. Hoje, sentem orgulho com prazer.


Na Cuiabá antiga, os pais arrumavam casamentos para seus filhos. Hoje, o facebook faz isso.


Bem antigamente, as pessoas ficavam satisfeitas, quando rapidamente, por um descuido, viam as pernas das suas namoradas. Hoje, as namoradas costumam mostrar tudo aos seus namorados.


Bem antigamente, as meninas do interior, tinham medo de vir estudar em Cuiabá. Hoje, arrumam qualquer pretexto para morar em Cuiabá.


Na Cuiabá antiga, moça de família não estudava em colégio noturno. Hoje, muitas se sentem melhor estudando de noite.


Bem antigamente, tirar nota 10 nos exames era sinal de estudo. Hoje, muitos colam para tirar nota dez.


Na Cuiabá antiga, pedalar de bicicleta à toa na rua era coisa de menino levado. Hoje, as meninas vivem dirigindo seus carros, à toa pelas ruas de Cuiabá.


Bem antigamente, poucas pessoas tinham automóvel em Cuiabá. Geralmente eram pessoas chamadas de ricas quem possuíam.

Na Cuiabá de hoje, minhas três funcionárias vêm trabalhar dirigindo seus novos automóveis.


Bem antigamente, Cuiabá não possuía sinaleiros, pois o número de veículos contava-se nos dedos da mão. Hoje, existem muitos sinaleiros, mas os carros não andam pelo grande número deles.


Bem antigamente, engarrafado era o que vinha dentro da garrafa. Hoje, engarrafado é o trânsito de Cuiabá.


Bem antigamente, aproveitavam-se as quedas de água para produzir energia elétrica. Hoje, tem Presidenta tentando engarrafar o vento para produzir energia.


Na Cuiabá antiga, a energia elétrica vinha do Rio da Casca, na Chapada dos Guimarães. Hoje, vem do Paraguai.


Bem antigamente, tentou-se transferir a capital do Estado, para a Chapada dos Guimarães. Hoje, Cuiabá continua capital, por Chapada não possuir rios.


Bem antigamente, acertar no milhar era acertar no número do jogo da loteria federal. Hoje, temos a mega-sena no valor de 190 milhões de reais.


Na Cuiabá antiga, ser trator era passar por cima de tudo que encontrasse pela frente. Hoje, quem faz isto é o vírus do Covid.


Bem antigamente, existia a história do gato procurando o rato. Hoje, se procura o salarinho no final do mês.


Bem antigamente, Mato Grosso era terra

de índios. Nunca conseguiu eleger um índio. Hoje, quem elegeu um índio de MT para o Congresso Nacional foi a Cidade Maravilhosa que matou todos os seus índios.


A Cuiabá antiga elegia pantaneiros e homens de negócios para ser seus governantes. Hoje, só se elegem os candidatos da soja, que vieram do Sul com a pretensão de nos colonizar e estão conseguindo.


Bem antigamente, político se elegia por serviços prestados. Hoje, é pelo saldo bancário.


Na Cuiabá antiga, cabo era um soldado raso qualificado. Agora, temos até cabo eleitoral.


Bem antigamente, coronel tinha votos certos. Na Cuiabá de hoje, cabo eleitoral não tem voto e é uma profissão como outra qualquer, até com piso salarial.


Na Cuiabá antiga, cabo eleitoral, dizia ter tantos votos que deveriam ser candidatos. Hoje, se julgam importantes na época das eleições.


Bem antigamente, os candidatos faziam suas campanhas políticas. Hoje, todo candidato tem o seu marqueteiro.


Na Cuiabá antiga, ninguém ia à conversa de quem era teórico em campanhas políticas. Hoje, uma boa mala de dinheiro ganha eleições.


Gabriel Novis Neves

04-02-2022




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.