O
velho, aquele ser humano que ultrapassou os 80 anos de vida, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS) não tem mais utilidade laboral.
Muitos
pensam que ele ocupa o que resta de seu tempo em atividades menores, quando
não, administrando a solidão.
No
entanto, ao ingressar nesse seleto grupo, continuo produzindo as minhas
crônicas diárias, indo duas vezes por semana ao consultório e, o mais
importante, cuidando da minha vida.
Descobri
que o velho (não confundir com idoso) é muito solicitado para proferir
palestras e conferências. Fui convidado a participar, por exemplo, das
festividades relativas aos 73 anos de atividade social e educacional do
Hospital Geral Universitário (HGU).
Os
cursos de Agronomia e Geologia acabam de contemplar 40 anos de existência,
produzindo recursos humanos para o desenvolvimento deste Estado.
Logo
teremos as bodas de ouro do curso de Economia. A lista é grande e, em dezembro,
a Matriz (UFMT) completa 45 anos.
Nesses
eventos o velho é sempre lembrado e valorizado, pois não temos memórias
escritas da epopeia vivida na segunda metade do século XX no Estado ainda não
dividido.
A
verdadeira história dessa conquista pertence aos velhos, que estão
desaparecendo.
Sempre
nesses encontros uma verdade - ou uma mentira repetida que acaba se tornando
verdadeira - é rememorada e fica para os arqueólogos o papel de decifrar o que
houve no Cerrado do Coxipó.
Como
representante desse grupo em extinção tenho comparecido a essas reuniões e
deixado, quando possível, detalhe da nossa história oral.
Pelo
menos para isso os velhos saudáveis, não portadores da Doença do Alemão,
servem, ou seja, para acrescentar algo da identificação das nossas origens.
A
geração que ignora a história não tem nenhum passado e nenhum futuro, como já
dizia Roberto Heinlein, escritor americano.
Gabriel
Novis Neves
02-11-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.