Estudos
sociológicos mostram que os moradores de rua acabam formando uma estética
própria, cada vez mais mimetizada com os espaços por eles frequentados.
Alguns
- acobertados por transeuntes frequentes - até desenvolvem laços sociais com
essas pessoas e são por elas agraciados com alimentação e outros pequenos
mimos, para eles absolutamente fascinantes.
Em
uma entrevista na TV vi um morador de rua em S. Paulo usando roupa de boa
qualidade e um elegante cachecol. Mostrava o acessório com muito orgulho,
presente de um dos seus protetores.
As
razões que levam essas pessoas a morarem nas ruas nem sempre estão ligadas
apenas à pobreza.
Pelo
total distanciamento da sociedade vão ficando cada vez mais vítimas de uso de drogas
e perspectiva de doenças mentais.
Muitos
deles, por desajustes familiares, se habituam a uma liberdade nunca antes
experimentada, sem os ditames estabelecidos pelas leis sociais.
Na
cidade do Rio de Janeiro estão sendo desenvolvidas políticas públicas em
parceria com voluntários: assistentes sociais, médicos, psicólogos e
antropólogos. Eles trabalham no sentido de oferecer ao morador de rua um
vínculo, uma possibilidade futura de cidadania.
Isso
é mais importante que fazer caridade.
Sessenta
por cento deles não possui sequer documento de identidade, o que tem sido
providenciado sem qualquer tipo de ônus.
É
tirar do progressivo suicídio pessoas que perderam totalmente a visibilidade.
A
experiência parece que vem dando certo, pois alguns líderes desse movimento são
ex-moradores de rua.
O
processo, que começou no Rio, vem sendo copiado por outras cidades do Brasil
com relativo sucesso.
É
necessário que a sociedade civil se organize, já que o poder público tem se
mostrado, como em todos os outros setores, absolutamente omisso.
Gabriel
Novis Neves
21-10-2015
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