Participei,
em parte, das festividades comemorativas aos quarenta anos de criação do antigo
Centro de Ciências Agrárias da nossa Universidade Federal.
O
encontro aconteceu no Teatro Universitário às 8:30 de um sábado de pré-feriado
na segunda-feira, verdadeira temeridade para conseguir adesão para um Fórum que
propunha debater a estrutura curricular do curso de graduação de agronomia,
ainda mais estando a universidade na sua greve mais prolongada por melhores
condições de ensino e trabalho docente.
Contrariando
os mais otimistas prognósticos, a presença foi o que havia de mais
representativa na área de ensino e pesquisa.
No
início dos trabalhos discursaram o primeiro diretor do curso e o atual.
Recordaram os anos de lutas para a implantação do curso, e foram várias vezes
interrompidos por forte emoção.
O
passado é passado, mas recordá-lo é sempre uma tarefa difícil para o nosso
sistema nervoso.
Gosto,
e muito, de reuniões onde a emoção se faz presente, pois é a exteriorização de
um sonho realizado.
Foi
lembrado também, pelo professor pioneiro Helmut Daltro, que todos os
professores e técnicos que implantaram o curso eram muito jovens e
inexperientes nesse trabalho, assim como toda a administração superior da
universidade.
Passados
tantos anos posso afirmar que a juventude e a falta de experiência daqueles
jovens foram os fatores decisivos para o sucesso da empreitada.
“Experiência
é tal como farol de automóvel virado para trás, - só ilumina o passado.”
Palavras de Pedro Nava, professor de medicina, escritor da Academia Brasileira
de Letras.
Sem
os jovens inexperientes de ontem, não teríamos implantado um centro de
referência altamente qualificado para estudos de Ciências Agrárias.
Naqueles
primeiros dias de incertezas e dificuldades, sempre a utopia dominava o campus
universitário.
Muitos
perguntam para que serve a utopia, já que Houaiss, no seu minidicionário da
língua portuguesa, a definiu como uma fantasia.
Na
prática observamos que a utopia nos faz caminhar a procura dos nossos
objetivos.
Nesse
clima de confraternização da comunidade acadêmica e sociedade mato-grossense,
ignorando todas as dificuldades que o país e a educação enfrentam, esse encontro
dos quarenta anos serviu para resgatar a autoestima de todos os responsáveis
pelo ensino de qualidade, único caminho para o nosso desenvolvimento.
Parabéns
Centro de Ciências Agrárias, que soube cultivar a semente lançada há quarenta
anos!
Obrigado
pela homenagem prestada aos utópicos na minha pessoa!
Gabriel
Novis Neves
10-10-2015
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