quinta-feira, 19 de novembro de 2015

AMOR E DÚVIDAS


A gente precisa aprender a exercitar esse sentimento sem o qual não vivemos. Como ele se manifesta, não há um consenso entre os poetas. 
Caymmi disse que estava desprevenido quando ele apareceu. 
E, como se faz para mantê-lo? Com o tempo desaprendemos a amar? 
São indagações que nos perseguem, pois tudo em nossa vida gira em torno do amor.
Até se mata por amor, segundo afirmam alguns. É possível matar quem se ama? Claro que não!
O pior é quando percebemos que perdemos a capacidade de amar, ainda que a capacidade de doação se torne maior com o avanço da idade.
Aprendemos a exigir menos das pessoas, tendendo a diminuir as cobranças.
Pessoas idosas que não perceberem isso acabam isoladas. A troca pura e simples é para a fase adulta, não para a velhice.
Nessa mesma linha de raciocínio, fácil entender porque as crianças só pensam em tomar, despreocupadas com a possibilidade de trocar.
Existem amores que fazem parte da nossa educação, religião, ambiente em que vivemos, e que aceitamos como verdadeiros, sem discutir ou pensar. 
Sempre dizemos que amamos nossa família, pátria, filhos e até amigos. O mesmo acontece com relação ao nosso trabalho.
Aí, misturamos o conforto que a remuneração do trabalho propicia com o amor.
“O amor é querer estar perto, se longe; e mais perto, se perto”. Vinícius de Moraes
Muitas vezes gostamos da “plata” que atividades laborais nos propiciam, e não do trabalho propriamente dito. Fico em dúvidas quando ouço alguém, em boa situação financeira, declarar que ama o que faz. 
Sempre imagino que essas construções são arcaicas, visando nos culpar pelo lazer. Infelizmente carregamos esse tipo de culpa pelo resto de nossas vidas.
O problema do amor está sempre no outro, ao sublimar e compreender as pessoas como elas são com seus defeitos e diferenças.
Encontrar pessoas especiais é possível, embora isso dependa do fator sorte e das renúncias às quais teremos que nos submeter.
A verdade é que o amor sempre existiu dentro de nós.
Precisamos aprender a conviver com ele e, mais do que isso, não fugir dele através de um possível sentimento de prisão, tão peculiar aos que amam a liberdade, inclusive a afetiva.
Carlos Drummond de Andrade dizia nos seus versos apaixonados que “há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la”.
Felizes daqueles que conseguem descobrir esse motivo!

Gabriel Novis Neves
19-10-2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.