Para
o médico Emílio Moriguchi, uma das maiores referências em geriatria, envelhecer
não é um castigo, mas uma conquista que pode ser alcançada com prazer e hábitos
de vida simples e saudáveis.
No
exercício da profissão de médico, o afeto na relação médico-paciente, tão
distante nos dias de hoje, é fundamental no processo de ajuda aos que nos
procuram.
No
mundo moderno, da pressa e do descarte, já não há muito lugar, infelizmente,
para o carinho e para a atenção.
A
tecnologia substituiu o médico e, muitas vezes em uma consulta, o paciente sai
do consultório direto para os laboratórios com os pedidos de exames gerados
pelo computador, mal conservando com o médico que o atendeu.
Ao
retornar com os exames o computador formula a receita médica.
O
pior é que, com a mercantilização da medicina, existem colegas exercendo assim
a sua profissão, e os clientes ficam muito satisfeitos com a rapidez do
atendimento.
Sinal
dos tempos! A necessidade de humanização numa profissão de tão diferentes
variáveis não é mais levada em conta!
O
pobre do paciente não foi ouvido pelo médico, não teve a oportunidade de falar
dos seus medos, das suas angústias, de suas frustrações.
Sabemos
que a maioria dos problemas que leva um paciente ao médico é de origem
emocional. O médico tem de ouvir o seu paciente, pois, ao entendê-lo no seu
todo, é possível tratá-lo melhor nas suas necessidades.
“A
essência da vida é a emoção”. Entender as nossas emoções é curar muitas das
nossas queixas orgânicas. Para isso o médico tem de estar preparado para se
doar sempre e entender o mundo dos mais necessitados.
Simples
perguntas têm ações terapêuticas: “como vão às coisas?”, “Tudo bem em casa”?
“Satisfeito com o trabalho”?.
O
computador está substituindo o médico, sendo que este passou a ser um
recepcionista de luxo das máquinas sofisticadas, sem as quais não se faz
medicina tecnológica.
Precisamos
reconduzir o humanismo ao nosso arsenal de trabalho médico. Quantas vezes recebemos
um paciente que já consultou o “doutor Google” e diz ter problemas no coração!
Com
uma boa anamnese descobrimos que todos os sinais e sintomas são decorrentes de
problemas familiares.
O
idoso é lábil emocionalmente. Seu maior inimigo é a depressão. E a causa, na
maioria das vezes, é a falta de carinho humano. Como peça prestes a ser
descartada, sua visibilidade vai ficando cada vez menor pelos circunstantes e
familiares.
Proliferaram
as clínicas de geriatria em países desenvolvidos com o aumento de expectativa
de vida superior aos oitenta anos.
Infelizmente,
gente especializada para atender esse contingente de pacientes não existe entre
nós em número suficiente.
A
terceira idade, ou melhor idade, como é de hábito chamar o período de vida
daquele que ultrapassou os sessenta anos, não é uma coisa nem outra, na
verdade, é o período em que todos ficam mais sensíveis às emoções,
anteriormente pouco valorizadas.
Gabriel
Novis Neves
06-11-2015
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