Há
no Brasil dois tipos de reação dos presos infratores das leis: os que vão para
a cadeia de punhos erguidos e fechados em pose de heróis após serem julgados e
condenados pela mais Alta Corte da Justiça, e os suspeitos de cometerem delitos
que, algemados, superlotam os nossos presídios.
Os
primeiros são assaltantes privilegiados do Tesouro Nacional, e se autointitulam
presos políticos para, espertamente, desviarem o foco das suas prisões.
Os
segundos são bandidos, e merecem o tratamento da lei desumana dos presídios.
Como
haverá paz em uma nação onde as desigualdades são patrocinadas pelo próprio
governo?
Um
dos mais conceituados Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) disse
publicamente que o bandido oficial-fugitivo do país tinha suas válidas razões
para assim proceder.
Segundo
o ministro, ficar em um presídio sem as mínimas condições humanas e possuindo
dupla nacionalidade, o condenado tomou a decisão que lhe pareceu correta, e nós
devemos entender.
Pior
foi a declaração do Ministro da Justiça, que criticou o nosso sistema
penitenciário, órgão subordinado ao governo, dizendo que é preferível a morte a
viver em condições sub-humanas.
Nesta
“crise” foi sugerido até, em regime de urgência, a construção de um presídio
tipo cinco estrelas para abrigar réus que “não são qualquer um”.
Só
falta o Brasil pedir desculpas aos assaltantes dos cofres públicos.
Parece
invencionice que fatos policiais dessa natureza mobilizem um país onde se tem
uma das menores taxas de desemprego do mundo e cerca de vinte milhões de
desempregados recebendo bolsa desemprego e outras tantas bolsas, verdadeiros
estimulantes ao ócio criativo.
Respeitamos
a biografia dos presos e louvamos a atitude da nossa justiça.
Digno
de registro é que, de todas as dezenas de condenados por participarem do mesmo
crime contra o patrimônio nacional, apenas três se dizem vítimas dos seus ideais
progressistas. Os seus companheiros são ladrões, e toda essa ação criminosa
teve um “operador” sem chefe.
Ninguém
demonstrou preocupação com a situação da dona do banco privado que serviu de
suporte ao poder.
Que
motivos levaram essa senhora a ceder a sua empresa para “ajudar” o governo? No
mínimo ela recebeu algum telefonema muito importante, e que jamais revelará.
Sabemos
que o governo não gosta de ser contrariado. Possui ferramentas capazes de
destruir qualquer instituição bancária em segundos.
A
verdade pertencerá à história oral, privilégio para poucos.
Ela
não deixa registros, mas merece fé.
A
política é uma “arte” onde tudo é permitido para alcançar os fins.
Esse
processo que ameaça terminar, após oito anos de perambular pela Suprema Corte,
iniciou-se pela farsa do “eu não sei de nada”, garantido pelos atuais presos do
processo conhecido como “Mensalão”.
Como
retribuição pela sua dedicação, os três que se dizem “presos políticos”, numa
alusão depreciativa e desrespeitosa à nossa instituição maior de justiça,
receberam o conhecido silêncio do esquerdista-conservador.
Só
daqui a um século esses momentos serão entendidos, pois sempre foi assim em se
tratando da nossa história.
Assim
foi com a escravidão, Proclamação da República, Guerra do Paraguai, a conquista
do território do Acre e, recentemente, o período dos militares no poder, com a
posse do chefe político do golpe de 1964 na presidência da Nova República em
1985.
Seria
um belo momento da nação, que possui a oitava economia do mundo, demonstrar
que, finalmente, somos um país sério, contrariando o célebre general francês
quando em visita ao Brasil.
Gabriel
Novis Neves
24-11-2013
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