Tenho
receio de uma série de coisas. Geralmente estão relacionadas a situações que
não fazem parte do meu cotidiano.
Quando isso acontece, perco todo meu controle emocional
e assumo aquilo que não é meu.
O receio que tenho é que aconteça algo de não agradável
com os outros.
Acho esse fenômeno uma patologia grave, que deve ser
tratada.
Na verdade, o receio é uma forma elegante de sentir
medo e, só não o tem, o carente de pudor.
Os animais diante de uma situação de perigo demonstram,
com reações físicas, o seu medo, seja eriçando seus pelos ou fugindo
denunciando o perigo.
Outros receios que tenho são comuns à maioria das pessoas,
independente de classe social, raça, ideologia política ou religião.
Dia desses, assisti pela televisão o depoimento de um
padre católico confessando ter medo de viajar de avião.
O repórter insistiu nos detalhes e ele disse que temia
muito o momento da decolagem, deixando escapar aquele sorriso produzido pelo
medo.
No quesito receio de viajar de avião, passei por todas
as etapas: da rejeição e pavor por essa máquina voadora - embora nunca tenha me
negado a embarcar nesse pássaro voador – até o momento atual, de total
indiferença.
Estou num estágio de vida onde tudo é lucro, com
correção monetária. Mas confesso que, no fundo, ainda sinto aquele apertinho no
peito quando a rota não é de brigadeiro.
Mas, medo mesmo, eu tenho é de dirigir pelas ruas da nossa
cidade e rodovias do Estado. Este medo eu não encaro mesmo.
Considero nossas estradas o caminho mais curto para se
chegar ao inferno. Esburacadas, sem acostamento, com “tintura de asfalto”, sem
sinalização e fiscalização.
Dizem que elas estão assim tão maltratadas de tanto
pagarem penitência pelos desvios de verbas destinadas às suas construções.
Já que há impunidade para os homens responsáveis por
esse ato ilícito, a estrada e os contribuintes são os que pagam pelos erros
cometidos.
Para tratar do meu receio, que é o medo, terceirizo os
meus demônios, projetando–os no mundo mágico e ilimitado das minhas fantasias.
Afinal, receio é um medo minimizado e faz parte da
nossa gama normal de emoções.
“O medo é o pior dos conselheiros” - Alexandre
Herculano.
Gabriel
Novis Neves
02-12-2013
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