A
Polícia Federal, para a nossa tranquilidade, está “operando” mais que cirurgião
de plano de saúde, que ganha por produtividade.
O
que me encanta nesse trabalho de limpeza ética é a alta criatividade para
batizar as famosas operações.
Frequentemente
consulto o Google para entender o título da operação e o motivo da sua escolha.
A
nossa Polícia Federal, além de possuir um excelente quadro de técnicos
multidisciplinares, cuja entrada na instituição se faz por concurso público,
tem também um departamento de notáveis historiadores.
Neste
momento existe no Brasil uma série de operações sendo realizadas, todas com
nomes próprios.
No
nosso Estado uma corajosa operação, que atende pelo nome de Ararath, investiga
a própria Justiça Federal.
Com
que eficiência e cautela são desencadeadas essas operações! Às vezes, levam
anos de investigação para serem operacionalizadas, pois não podem falhar - sob
pena de desmoralizar o conceito do órgão federal.
Em
termos de aprovação popular, sem dúvida alguma, a Polícia Federal é a
instituição que contabiliza o maior número de pontos positivos.
Todos
são iguais perante a lei, é o seu lema.
Não
é fácil para um cirurgião cortar a sua própria carne, embora recentemente
tivemos oportunidade de ver imagens de um cirurgião se auto-operando.
A
nossa descrente população dos “sem nome e sobrenome” estava ávida de justiça
que atingisse os ditos cidadãos de primeira classe, até então inalcançáveis
pelas leis.
Essas
operações fizeram ressurgir uma chama de esperança por um país mais justo e
para todos.
Mas,
por que o nome de Ararath a esta operação que tantos aplausos receberam da
opinião pública?
Ararath
é um morro que fica na Turquia, onde se acredita ficou ancorada a Arca de Noé.
Arca
de Noé foi o nome da operação da Polícia Federal desencadeada nesta cidade há
mais de dez anos com o objetivo de desmontar o “crime organizado”, fortemente
implantado e com poder de decisão política.
Houve,
à época, denúncia do Procurador da República ao juiz Federal, que acionou a
Polícia Federal para cumprir a lei.
Prisões
foram realizadas, e o chefe da organização criminosa condenado e trancafiado em
presídio de segurança máxima fora do Estado.
Os
crimes contra o patrimônio da União continuaram. As denúncias, após longa
análise, deram origem a Ararath, que significa continuação da “Arca de Noé”,
agora com os seus exploradores no cume do monte.
O
momento é de surpresa pela quantidade de pessoas de “nome e sobrenome”
envolvidas no ato criminoso. O topo do monte é um simbolismo com o topo do
poder corroído por procedimentos não republicanos.
Aguardemos
o final desses acontecimentos moralizadores para comemorarmos a implantação da
tão esperada justiça social, sem a qual não haverá a desejada paz.
Gabriel Novis Neves
28-11-2013
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