domingo, 22 de dezembro de 2013

Juízo

Muitas pessoas implicam com aquelas que escolhem como seu lazer predileto a tranquilidade do lar.
Insistem no modelito do sociável clássico, ou seja: jantar em bons restaurantes, jogar conversa fora nos bares da moda, frequentar as rodas sociais, enfim, ter a chamada "vida badalada".
Tenho a resposta pronta para esses questionamentos. Deixar o conforto de casa, onde é possível fazer toda essa programação com amigos e gente inteligente, só se for para uma vida cultural ativa.
Quem não gosta de um bom show, assistir a um filme premiado, experimentar paladares distintos, viajar e conhecer lugares exóticos e culturas diferentes?
Infelizmente, nem sempre essas “excursões” são prazerosas, e ficamos remoendo o ditado aprendido na infância: “boa romaria faz quem em sua casa fica em paz”.
Calor, barulho não compatível com a nossa saúde auditiva, gente nem sempre interessante e a tal culinária, cujas delícias ficam mais no cardápio  do que propriamente condizentes com o nosso usado aparelho digestivo.
Ficar muito em casa não é sinal de infelicidade ou depressão, muito pelo contrário, é sinal de boa convivência consigo mesmo. É opção pelas alternativas do momento. Essa minha tese dá para compreender?
O mundo não muda, nós é que mudamos, e isso acontece para que possamos continuar sendo os mesmos da época rueira.
Se no passado gostávamos de frequentar determinados lugares, e hoje isso não nos dá mais prazer, nada mais normal.
Mudamos simplesmente de hábitos e descobrimos novas opções. Isso é saúde. Significa, muitas vezes, que a canção que nos emocionava não desperta mais esse sentimento, e o papo com antigos amigos demonstram sinais de prazo de validade vencido.
No dizer dos jovens - esse tipo de lazer não dá mais liga.
Nossos interesses e preocupações agora são outros.
Com o passar da idade acho que as pessoas adquirem mais sabedoria, ficando imunes às convenções sociais.
É a fase que temos o direito de satisfazer alguns dos nossos desejos, sem compromissos de prestar contas a ninguém.
Isso se chama liberdade e, para ela, não existe moeda de troca.

Gabriel Novis Neves
11-12-2013

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