Esses
seres, que se diferenciam dos demais por chegarem ao mundo lutando pela sua
sobrevivência, algumas vezes em condições muito adversas, são alvo da minha
reflexão.
Durante
a minha prática médica, inúmeras foram as vezes em que me vi diante desses
quadros delicados.
Lidar
com o fato em si, extremamente preocupante, aliado a imensa angústia dos pais,
totalmente despreparados para enfrentar a ausência da cria permanentemente em
seus braços, coisa fisiológica em toda espécie animal.
Geralmente,
após uma enorme e dolorosa luta pela sobrevivência em incubadoras, esses pequeninos
seres enchem seus progenitores e seus médicos de uma profunda alegria e
respeito.
Característica
de muita valentia e capacidade de enfrentar o adverso os diferencia dos demais
que, em processos fisiológicos normais, iluminam os seus horizontes e os conduz
a essa enorme dádiva que é a vida.
Os
caprichos da natureza, às vezes, se manifestam muito precocemente. Por que
razão, para alguns tudo é tão fácil enquanto para outros, tudo é tão difícil
sempre?
Como
pessoas utópicas, vivemos sempre brigando por uma igualdade que se mostra
impossível.
Nessas
festas natalinas, em que tanto se apregoa “paz na terra aos homens de boa
vontade”, mais se exarcebam as injustiças que nos rodeiam.
Daí
entender as palavras do Papa Francisco, quando se rebela contra um sistema que
dá muito mais destaque a uma valorização de uns poucos pontos na bolsa de
valores do que a notícia da morte de um idoso de frio.
Pessoas
como essas, infelizmente, são tidas como utópicas e distantes da nossa triste
realidade.
Apesar
de serem muito divulgadas as práticas religiosas, verdadeiramente cristãs, são
observadas por muito poucos.
Lamentavelmente,
não só os prematuros na vida, mas também, os muitos prematuros da sorte,
compõem o quadro triste de alijados das benesses mínimas que deveriam
contemplar a todos.
Gabriel Novis Neves
27-11-2013
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