domingo, 30 de janeiro de 2022

O PITORESCO X


Bem antigamente, quando “casais héteros” cometiam “certos atos”, eles se arrependiam. Hoje, existe a “pílula do dia seguinte”, que cura arrependimentos.


Na Cuiabá antiga, aqueles que chegavam de fora, eram sempre “bacanas”, e as moças ficavam agitadas pensando logo em um bom casamento. Seus pais cautelosos só investigavam. Hoje, todo mundo fica com todo mundo.


Bem antigamente, as casas cuiabanas tinham janelas com ripas de madeira colocadas com espaços para que as mães observassem o namoro das suas filhas na porta da casa. Hoje, as mães convidam os namorados das suas filhas a dormirem no quarto com a filha.


Na Cuiabá antiga, o estacionamento dos taxis ficava ao lado do bar do Bugre e tinham donos. Hoje, a maior rede de taxis de Cuiabá não tem estacionamentos e desconhecemos os seus proprietários (Uber).


Bem antigamente, os motoristas de taxi conheciam toda a nossa vida. Hoje, quando pegamos um Uber vamos aos poucos sabendo quem são os motoristas.


Na Cuiabá antiga, só os homens dirigiam os automóveis de aluguel. Hoje, homens e mulheres dirigem os carros de aluguel. A maioria deles é de jovens de ambos os sexos. Muitos são estudantes universitários. Outros já concluíram o seu curso superior e não conseguiram empregos.


Hoje, o preço dos serviços prestados por taxis particulares, é maior que o dos uber. Antes de viajar você paga o uber. O taxi, só após a corrida e o preço é marcado no taxímetro.


Bem antigamente, os músicos só tocavam à noite em clubes, boates e bares. Hoje, no café da manhã de certos bares e na sala de espera do Laboratório de Imagens em Cuiabá ouvimos músicas.


Na Cuiabá antiga, o paciente ia ao consultório médico para se consultar. Após, minucioso exame clínico, poderia ou não deixar o consultório com algum pedido de exame. Hoje, o paciente já vai consultar com um monte de resultados de exames. O médico lê e receita. O paciente entra mudo e sai calado, da consulta.


Bem antigamente, os curandeiros estudavam muito plantas e raízes medicamentosas para curar. Hoje, com um celular na mão, ninguém precisa nem estudar medicina para diagnosticar doenças e trata-las.


Na Cuiabá antiga, conseguir injetar um medicamento na veia de um paciente, era sinal de competência. Hoje, coloca-se cateter em veia profunda, com auxilio do ultrassom e posteriormente fazem-se raios-X do braço, para verificar se o cateter está bem colocado e, quantos centímetros penetraram na veia.


Bem antigamente, “arroz de festa” era aquele convidado ou não, que comparecia a todas as festas. Hoje, “arroz de festa” é aquele cereal que mandamos preparar nos dias de festas da família.


Na Cuiabá antiga, passar zunindo era passar muito rápido por onde você estava. Hoje, “zunindo” é doença para ser tratado por otorrinolaringologista.


Bem antigamente, os homens de Cuiabá usavam chapéus como sinal de elegância. Eram comprados na Europa. Os trabalhadores usavam chapéus de palha para protegê-los do sol cuiabano.


Hoje, políticos e homens do agronegócio usam enormes e caros chapéus, símbolos de poder político e econômico. Chamam também muito a atenção, pois são usados inclusive, em recintos fechados.


Na Cuiabá antiga, sempre os detentos eram muito vigiados para não fugirem das cadeias. Hoje, habitam penitenciárias modernas de segurança máxima. Todos em “ressocialização” possuem dois ou três celulares para comandarem seus negócios aqui fora.


Bem antigamente, nos dias de visita na penitenciara de Cuiabá, parentes levavam comida e roupas. Hoje, não sei como mulheres passam pela “revista” feminina e conseguem levar celulares aos seus parentes e amigos. Como? Não sei!


Na Cuiabá antiga, “Barnabé” era nome próprio de membro da Academia Matogrossente de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de MT. Ainda hoje se usa para funcionários públicos que ganham muito bem. Às vezes os “barnabés” do serviço público realizam seu “trabalho” em casa de Cuiabá ou fora daqui.


No carnaval de 1947 Emilinha Borba imortalizou a marchinha do “funcionário barnabé”. Hoje, todo funcionário público sonha em receber o seu precatório. Os “barnabés” conseguem receber com juros e correção monetária.


Bem antigamente o Ano Novo, era recebido como o ano que não tinha “passado”. Hoje, sabemos que o Ano Novo tem muitos séculos.


Na Cuiabá antiga, tínhamos touradas, no Campo do Ourique. Hoje, nesse “lugar funciona a Câmara de Vereadores de Cuiabá”.


Gabriel Novis Neves  

26-12-2021




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