Retornei à Cuiabá para exercer minha profissão de médico no segundo semestre de 1964. Cheguei casado com a Regina. Fomos morar em uma casinha de 80 metros quadrados na rua Marechal Floriano Peixoto. Ficava ao lado da Escola Técnica Federal, pouco acima da casa da dona Zulmira Canavarros.
O armazém mais próximo era do pai de um amigo e colega meu desde o colégio dos padres, que também estudou medicina, escolhendo Corumbá para exercer sua profissão.
“Seo” Waldemar Barreto tinha seu estabelecimento comercial na esquina da rua Cândido Mariano com a rua da Fé. Atendia fiado pela caderneta e no final do mês pagávamos a conta. Também entregava o pedido em casa.
Depois passou o ponto comercial ao “seo” Zé, um jovem muito bem educado que nos atendia também com a caderneta e entregava em casa a mercadoria. Ficou nosso amigo e frequentava aniversários dos meus filhos.
Compramos, por insistência do proprietário, a casinha onde nasceram meus três filhos. Depoisde cinco anos fomos obrigados a alugar uma casa maior e que possuísse quintal para as crianças brincarem.
Alugamos então nas proximidades da Marechal Floriano, uma casa na Marechal Deodoro. Ambas as ruas não eram pavimentadas e os esgotos corriam a céu aberto. O armazém continuava sendo do “seo” Zé.
Com um “fusquinha” que adquiri em sorteio de grupo de 60 pessoas, Regina, com a funcionária da casa, ia aos sábados pela manhã fazer a feirinha existente na Praça da Boa Morte.
Nessa época já era secretário de Educação e Cultura de MT.
Compramos uma casa inacabada na rua Major Gama no Porto. Dois anos depois nos mudamos para lá.
A onda de otimismo era grande no Brasil e aqui em Mato Grosso o Estado despontava para o desenvolvimento econômico e social.
Morávamos próximos ao Supermercado Catarinense. Estava decretado o início do fim dos armazéns com caderneta para compras.
O governo federal estava abrindo a rodovia Cuiabá-Santarém. Cuiabá com quase 100 mil habitantes abrigava a Universidade Federal. Eu era o seu reitor fundador.
Gabriel Novis Neves
06-01-2022
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